No primeiro semestre deste ano, o investimento direto estrangeiro em Portugal somou os 2.000 milhões de euros. Segundo o Banco de Portugal, a grande fatia deste investimento diz respeito a investimento imobiliário realizado por não residentes em Portugal.
Os dados confirmados pelo BdP ao Público especificam que o investimento direto estrangeiro em imobiliário foi de 1.880 milhões de euros no primeiro semestre, um tipo de investimento que vem aumentando desde 2008.
No segundo trimestre do ano registou-se uma descida do investimento direto estrangeiro, com os 735 milhões de euros investidos a comparar com os 1.267 do trimestre anterior, ou os 3.200 de igual trimestre de 2022.
Por geografia, destacaram-se os investidores residentes em países asiáticos (325 milhões de euros) e europeus (211,5 milhões de euros).
Neste período, o stock de investimento direto estrangeiro em Portugal atingiu os 174.000 milhões de euros, representando 69% do PIB, acima dos cerca de 166.000 milhões de euros de igual período do ano passado.
No primeiro semestre deste ano, os rendimentos do investimento direto estrangeiro foram de 4.500 milhões de euros, mais 441 milhões de euros que em igual período do ano passado.
Já o stock de investimento direto de Portugal no exterior somava os 66.000 milhões de euros, equivalentes a 26% do PIB do país. Este tipo de investimento somou os 3.400 milhões de euros no primeiro semestre, com destaque para o investimento feito por empresas do setor da eletricidade, gás e água em empresas sediadas na Europa.
Entre o final de 2008 e o final do primeiro semestre deste ano, o stock de investimento direto estrangeiro mais do que duplicou. Já o stock de investimento direto de Portugal no exterior cresceu 24% neste período.
O BdP nota que o peso do investimento direto estrangeiro nas economias da maior parte dos países tem vindo a crescer ao longo dos últimos anos. Em Portugal, no final de 2022, o stock de investimento direto estrangeiro representava 70% do PIB, o que significa um aumento de 40% relativamente ao valor registado em 2008. Nos países da OCDE, este peso passou de 23% para 51% do PIB, e na União Europeia de 33% para 71%.
Entre 2008 e 2022, «Portugal evidenciava valores superiores aos da média dos países da OCDE. Quando comparado com a média dos países da UE, Portugal apresentava valores superiores para o período de 2012 a 2019, tendo voltado a registar valores inferiores nos anos mais recentes (2020 a 2022)». O nosso país apresentava também «um dos stocks de investimento direto estrangeiro mais elevados entre os países da OCDE, sendo apenas superado pelo Luxemburgo (1405%), Países Baixos (280%), Suíça (128%), Estónia (96%) e Bélgica (91%)».