A informação foi divulgada pela secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, durante o almoço mensal dos associados da Associação da Hotelaria de Portugal, ocasião durante a qual revelou à imprensa que «o fundo de investimento imobiliário será criado numa lógica de reforço dos instrumentos de engenharia financeira, quer de capital de risco quer fundos de investimento imobiliário, porque os projetos turísticos têm caraterísticas próprias porque têm de ser acompanhados de uma forma específica, especialmente dado o prazo de amortização que têm. Esperamos que o fundo esteja operacional muito em breve».
O Governo está atualmente a trabalhar na elaboração de um pacote de apoio às empresas turísticas, seguindo a lógica do financiamento bancário. A governante avançou também que «em fevereiro conseguiremos lançar o instrumento de financiamento através do modelo dos protocolos bancários, estamos a afiná-lo tendo em conta as necessidades atuais das empresas turísticas. O valor será determinado depois de ouvirmos as várias associações e negociarmos com os bancos, o que estamos a fazer». «No 1º trimestre queremos que estes instrumentos estejam todos cá fora», referiu.
Os planos do Governo incluem ainda o relançamento do fundo de captação de eventos, alargado aos congressos, e a criação de um fundo de captação de novas rotas aéreas, alargado aos cruzeiros, uma aposta na criação de projetos de reabilitação urbana para fins turísticos «tendo em vista a vida das cidades», sendo que a bandeira do Governo será «ter um património rentável e usado por todos».
A ideia passa também por apostar na divulgação online, nomeadamente da oferta cultural, bem como na criação de roteiros online, que visam alargar as estadias de quem visita Portugal.
Este executivo compromete-se também com «a simplificação, que é feita terminando com o que não faz sentido. E queremos ajudar a cumprir, há muita dificuldade (nas empresas) em saber que obrigações cumprir, e muitas delas são meramente formalidades. Queremos criar regras mais claras para que as cosias sejam mais fáceis para as empresas».
Alojamento local: «o Estado tem de ter um papel na regulação»
Ana Mendes Godinho referiu, durante o encontro, que está também na agenda do Governo alterar o regime do alojamento local, respondendo às preocupações que têm sido mostradas pela AHP. Notou aos jornalistas que «a alteração da legislação do alojamento local vai ser feita com tranquilidade em 2016, mas não é para já».
A secretária de Estado acredita que «tem de se tratar igual o que é igual, e diferente o que é diferente, temos de assumir as caraterísticas de todos, e assumo vontade em combater a economia informal. Além disso, os empresários da hotelaria tradicional não podem ficar fora desta simplificação».
Isto porque «o regime foi criado em 2008, mas o mundo evoluiu, e o alojamento local é um fenómeno que vai continuar. Agora é essencial que o Estado assuma um papel regulador forte».