O Comité de Investimento do Fundo JESSICA (Joint European Support for Sustainable Investment in City Areas) assinalou no dia 12 de outubro, em Alter do Chão, o décimo aniversário do primeiro investimento financiado por este fundo, fazendo um balanço positivo. Em 10 anos, «o Fundo financiou 220 projetos, distribuídos por mais de 70 concelhos de Portugal continental, num investimento total alavancado de 830 milhões de euros», assinalou António Ceia da Silva, Presidente do Comité de Investimento do Fundo JESSICA, em declarações à Vida Imobiliária.Com projetos apoiados de norte a sul do país, a maior tranche de fundos do JESSICA e o maior volume de projetos foi alocado à região Norte. Contudo, «de um modo geral, todas as regiões que colocaram verbas no fundo JESSICA viram essas verbas integralmente aplicadas, com a vantagem de serem alavancadas por fundos adicionais dos intermediários financeiros e ainda por capitais próprios», referiu António Ceia da Silva. No que diz respeito aos segmentos mais beneficiados, destacam-se o turismo, os equipamentos sociais e o comércio, com 40%, 17% e 16% respetivamente.A título de exemplo, e de um universo superior a 200 projetos, destacam-se no setor social a Fundação Alentejo, a Cresce e Jardim de Infância, em Évora; o Convento S. Salvador – Associação para a promoção Social da Criança, em Lisboa; na componente museológica, o World Of Wine, em Vila Nova de Gaia; e no setor do turismo, o financiamento do Hostel Social da Mutualista Covilhanense. Não obstante estas grandes obras e o seu correspondente impacto, António Ceia da Silva sublinhou que «temos projetos pequenos que tiveram um impacto muito grande.».O Fundo JESSICA foi «o fundo pioneiro para a reabilitação urbana, numa altura em que não existiam ainda instrumentos financeiros para esta finalidade» e vai continuar a apoiar esta dinâmica. «O fundo JESSICA terminou o seu período de investimento em dezembro de 2021», mas continua ativo «estando agora a fazer a gestão dos reembolsos dos financiamentos concedidos».De olhos postos no futuro, o Presidente do Comité de Investimento do Fundo JESSICA, alerta para a importância dos temas da sustentabilidade «a promoção da eficiência energética na reabilitação urbana é já um critério para o apoio com fundos públicos». Na sua opinião, «estes critérios devem ser mantidos para que se possa continuar a promover a melhoria da eficiência energética do edificado habitacional. Existe um grande ênfase nas entidades comunitárias e nacionais na criação de instrumentos que possam de forma eficaz incentivar o investimento por parte dos particulares e empresas, nomeadamente pela combinação de financiamento reembolsável com subsídio a fundo perdido.».