O anúncio foi feito esta quarta-feira, durante a XXXI Executive Breakfast Session da APPII, em versão online, no qual o secretário de Estado foi o orador convidado. Eurico Brilhante Dias garantiu que «o imobiliário é importante e estratégico para o futuro do país, nomeadamente na captação de fluxos de capital estrangeiro, e para desenvolver negócios cá dentro. É importante para criar novos postos de trabalho, criar melhores salários, melhor rendimento do capital. Sem este setor, não teremos oportunidades para outros. Precisamos dele para ser um país melhor».
Por outro lado, acredita que este setor estratégico é «condição para desenvolver e valorizar um território que tem de captar recursos. É o caminho eficaz e necessário para continuarmos a ter um Portugal aberto».
E lembra que a fileira da construção e do imobiliário «tem um efeito multiplicador. A sua valorização é particularmente importante em momento de crise. A construção tem aqui um papel decisivo aliás, foi dos poucos setores que não parou em período de confinamento. Afeta outras indústrias a montante, e temos de cuida-la bem nos próximos meses, antes de conseguirmos a imunidade de grupo», referindo-se à pandemia e aos seus efeitos na economia.
Participando neste Pequeno Almoço, António Gil Machado, diretor da Vi, partilhou o exemplo da Iberian Property, marca editorial do grupo Iberinmo focada no investimento imobiliário na Ibéria, e a sua experiência com a AICEP no pedido de apoios para este setor. Para esta entidade, «a promoção do investimento imobiliário não é uma prioridade. Mas sabemos que é uma prioridade para a homóloga espanhola», afirmou.
Neste sentido, e seguindo a sugestão do Vice Presidente da APPII, Hugo Santos Ferreira, Eurico Brilhante Dias garantiu que «podemos pensar com a AICEP como construir um pacote de medidas de promoção da internacionalização do setor». E considera que «há muito espaço para promover o país no Brasil, China, Índia, Estados Unidos ou Europa», concluindo que «temos de perceber como podemos ser complementares à atividade dos privados».
Na mesma ocasião, o governante foi também questionado sobre a questão dos custos de contexto no setor imobiliário e a pressão que exercem nos preços finais, nomeadamente os tempos de licenciamento, apontados pelos promotores como um dos principais entraves à colocação de novo produto no mercado. Eurico Brilhante Dias afirmou que «temos espaço de discussão entre a administração local e o Ministério da Justiça, e devemos discutir a necessidade de maior remuneração pelo aumento do risco. Temos de gerir esses riscos, e estou disposto para avançar com um grupo de trabalho informal que possa identificar essas dificuldades, para que possamos também aprender com os municípios onde as coisas funcionam, porque queremos que o mercado atraia mais investimento estrangeiro».