Quem o diz é a B. Prime, no seu estudo anual sobre imobiliário comercial “Prime Watch”, onde são reveladas várias tendências sobre a performance do mercado imobiliário.
Para 2023, Jorge Bota, Managing Partner da B. Prime, destaca que «existem enormes expetativas, nomeadamente a partir do 2º semestre em que acreditamos que haverá um retoma do mercado de investimento, após o abrandamento que estamos a viver nestes primeiros meses do ano e que deverá arrastar-se até junho».
Numa análise ao ano anterior, apesar do cenário de incerteza geopolítica e consequentes oscilações económicas, o setor imobiliário continuou a demonstrar uma forte resiliência, salienta o Prime Watch. O volume de negócios de investimento, neste ano, ascendeu a 3.200 milhões, uma variação de +55%.
“Expectativa no aumento de operações de sale & leaseback”
No segmento de investimento «existe ainda uma expectativa no aumento de operações de sale & leaseback de modo a contornar eventuais dificuldades de tesouraria, devido ao aumento das taxas de juro», aponta o estudo. Os critérios ESG são «uma componente incontornável», sublinha a B. Prime, e são cada vez mais «determinantes na valorização dos imóveis e na sua procura, tanto para compra, como para arrendamento».
O Prime Watch destaca, também, o crescimento que deverá manter-se na criação de Sociedades de Investimentos Imobiliário de Capital Fixo (SICAFI’S) visando obter uma maior eficiência fiscal.
Pré-arrendamento mantém “enorme preponderância na área disponível”
No mercado de arrendamento, a oferta continua a ser diminuta, principalmente no segmento dos escritórios e logística, salienta o estudo. A falta de oferta faz com que «o regime de pré-arrendamento continue a ter uma enorme preponderância na área disponível, ou seja, muitos edifícios ainda antes de estarem concluídos já estarão ocupados».
Aumento de renda na ordem dos 20% em apenas um ano
O estudo lançado pela B. Prime, destaca esta falta generalizada de oferta, em todos os segmentos. Esta escassez potencia uma pressão nas rendas com aumentos muito expressivos, nomeadamente nalgumas zonas da cidade de Lisboa, estes aumentos registaram oscilações na ordem dos 20%, em apenas um ano.
“Muitos investidores estão a aguardar pela estabilização das taxas de juro”
Jorge Bota explica que «neste momento muitos investidores estão a aguardar pela estabilização das taxas de juro, que se espera venha a acontecer a partir do segundo semestre. No decorrer deste ano, a dinâmica nos segmentos da logística e de escritórios vai continuar a ser robusta e estes serão certamente os ativos mais procurados pelos investidores».