O setor imobiliário começa a retomar no Algarve, um ano depois do início da pandemia, e os investidores estrangeiros estão a acelerar o processo de aquisição de imóveis, recorrendo às novas tecnologias.
Segundo a Engel & Völkers, imobiliária alemã especializada na mediação de propriedades de luxo, os investidores estrangeiros que apostam o Algarve têm fechado vários negócios com a mediadora em metade do tempo, em relação ao período pré-pandemia, concretizando a operação com recurso apenas a visitas virtuais.
A E&V tem já 15 milhões de euros em transações desde o início do ano em pipeline para este 1º semestre na Quinta do Lago. Vasco Fernandes, Managing Partner da E&V da Quinta do Lago, explica que «este perfil de investidores está familiarizado com as tecnologias de visita virtual e não vê obstáculos em avançar para a compra, mesmo sem visitar a propriedade. Para chegar até aqui houve todo um processo de investimento em tecnologia e em formação dos nossos consultores, para transmitir a habitual confiança aos clientes, mas de forma remota».
De acordo com a E&V, na zona de Lagos, a maior parte dos investidores imobiliários são oriundos da Alemanha, Suíça, Bélgica e Escandinávia. Procuram propriedades no campo ou em pequenas cidades, com moradias envoltas à natureza que proporcionem espaço, privacidade e «acesso à simplicidade de vida nesta zona do Algarve», numa altura em que a cidade aderiu à rede internacional Slow City, que caracteriza cidades pela preservação de tradições locais e promoção da qualidade de vida no que respeita à sustentabilidade das pessoas e natureza.
Teletrabalho aumenta procura por privacidade, segurança e qualidade de vida
A generalização do teletrabalho também está a mudar as prioridades e objetivos dos investidores imobiliários no Algarve, que estão agora menos focados na rentabilização através do aluguer turístico, e estão mais atentos à procura de habitação que garanta privacidade, segurança e qualidade de vida.
Sandra Matos, Office Manager da E&V de Lagos, atesta que «gerir negócios à distância, trabalhar de forma remota, é uma tendência que pode vir a consolidar-se no pós-pandemia e que já está a produzir efeitos no sector imobiliário. A procura por arrendamento a longo prazo por parte de clientes internacionais disparou e neste momento a procura é muito superior à oferta. Verificamos nos nossos clientes um desejo por qualidade de vida, revelando uma preferência por moradias com jardim privado e casas de campo em boas localizações, estimulando desta forma o segmento de luxo».
E acrescenta que «espaço, privacidade, áreas de baixa densidade populacional, pequenos mercados ao ar livre ou natureza são palavras que ouvimos todos os dias por parte dos nossos clientes internacionais».