O investimento em habitação feito pelos compradores internacionais na Área de Reabilitação Urbana de Lisboa desceu cerca de -19% no primeiro semestre deste ano, em termos semestrais. O número de imóveis comprados desceu -18%.
É o que mostram os mais recentes números da Confidencial Imobiliário, no âmbito da sua análise às dinâmicas de investimento imobiliário da ARU de Lisboa, apurados com base nos elementos de direitos de preferência reportados pela Câmara Municipal de Lisboa. De notar que a ARU de Lisboa abrange todas as freguesias da cidade à exceção de Santa Clara, Lumiar e Parque das Nações.
Até junho, foram comprados 770 imóveis residenciais nesta zona da cidade, num total de 442,9 milhões de euros, investidos por investidores oriundos de 58 países.
Mas a descida nas compras de habitação registou-se também entre os compradores portugueses, que no primeiro semestre compraram 1.630 imóveis residenciais, num total de 637,1 milhões de euros – quebras semestrais de -22% e -13%, respetivamente.
No conjunto de toda a ARU de Lisboa, foram transacionados 3.150 imóveis de habitação, num valor de 1.578 milhões de euros, sendo que 76% dos imóveis foram comprados por particulares, gerando 71% do montante investido. Neste grupo, os estrangeiros representam 24% das compras em número e 28% em volume de investimento. Já os portugueses representam 52% do número de imóveis e 43% do montante investido.
Por outro lado, as restantes quotas, de 24% em número de imóveis e 29% em volume de investimento, dizem respeito a aquisições feitas por empresas. Neste caso, não são conhecidas as nacionalidades.
Franceses e norte-americanos destacam-se com 20% das transações
Entre as 58 nacionalidades estrangeiras que estiveram ativas na compra de habitação no primeiro semestre deste ano, destacam-se os franceses e os norte-americanos, que geraram quotas de 10% do número de imóveis adquiridos (cada um). Os britânicos representam 6%, os chineses 5% e os brasileiros e italianos 3% cada.
Freguesias fora do Centro Histórico ganham importância
A Confidencial Imobiliário nota também que há mais interesse em investir fora do Centro Histórico da capital. Prova disso é que as freguesias onde o número de transações internacionais mais cresceu dizem respeito a territórios mais afastados do casco histórico e central, como Benfica e São Domingos de Benfica, Campolide, bem como Alcântara, Areeiro e Alvalade. Sem prejuízo de continuarem a agregar fatias entre 1% a 2% das compras internacionais, a maioria destas freguesias registaram crescimentos semestrais superiores a 50%.
Até junho, Estrela e Arroios (quotas de 13%, cerca de 100 unidades) foram as freguesias onde os estrangeiros mais compraram, superando Santa Maria Maior, Misericórdia e Santo António, com cerca de 80 operações cada (quotas de 10%).