Arranca assim a Operação Integrada de Entrecampos. «Dez anos depois dos últimos apartamentos construídos pela EPUL, para jovens e classe média, a Câmara Municipal de Lisboa retoma a construção de habitação no centro da cidade», refere a autarquia.
Está em causa um empreendimento na Avenida das Forças Armadas, parte da Operação Integrada de Entrecampos, o primeiro de cinco lotes que vão perfazer um total de 476 habitações e vários equipamentos sociais de apoio, «que deverão estar em obra até ao final do ano».
Arranca, para já, uma primeira fase do projeto, com um prazo de execução de 16 meses, num total de 128 fogos, num investimento de 14 milhões de euros.
O pontapé de saída foi dado esta sexta-feira, dia 24 de julho, pelo Presidente da CML, Fernando Medina. «Daqui a cerca de ano e meio nós teremos centenas de pessoas, jovens e famílias da classe média, que sem este projeto [Renda Acessível], sem a iniciativa da câmara, não teriam esta oportunidade [de viver no centro da cidade]», afirmou o autarca, citado pelo Observador.
Os fogos ficarão na posse da autarquia, «garantindo uma bolsa de fogos para famílias com rendimentos intermédios, que não conseguem aceder ao mercado de arrendamento privado», pode ainda ler-se no website da CML.
Parte do PRA inclui a promoção de oferta pública de habitação, na qual se integra este projeto de Entrecampos, e que já tem em promoção cerca de 300 milhões de euros. Na vertente da parceria com privados, só este ano deverão ser lançados concursos no valor de 425 milhões de euros em várias localizações da cidade, nomeadamente no Paço da Rainha, Parque das Nações, Restelo, Olaias, Benfica ou Alto da Ajuda.
Ricardo Veludo, vereador do Urbanismo, notou durante a Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa que o PRA da CML «é um dos principais pilares de política pública de habitação e urbanismo. Destina-se sobretudo aos jovens e à classe média, que queremos que continuem a viver no centro de Lisboa, depois de vários anos de subida de preços que não foram ajustadas aos rendimentos das famílias».
Seguindo este objetivo, a CML lançou também recentemente, e já no contexto da pandemia, o Programa Renda Segura, que visa arrendar imóveis a privados e subarrendá-los a preços acessíveis, nomeadamente imóveis de alojamento local atualmente vazios.