Os compradores oriundos do Reino Unido continuam a ser os principais compradores de casas nos resorts do Algarve, mostra o mais recente estudo “Mercado dos Resorts em Portugal”, realizado pela Confidencial Imobiliário em parceria com a Associação Portuguesa de Resorts, referente ao segundo semestre de 2020.
No período analisado, os britânicos foram responsáveis por 56% das aquisições feitas por estrangeiros em Albufeira-Loulé, e por 35% das compras no Barlavento. Também reforçaram a sua posição na zona da Costa Atlântica, com uma quota de 5% nas compras de casa feitas por estrangeiros.
Segundo o relatório, o ticket médio destes compradores do Reino Unido na zona de Albufeira-Loulé foi de 6.600 euros/m², mostra o SIR-Resorts.
Na segunda metade de 2020, registou-se o “regresso” de outros compradores europeus, alguns dos quais tinham estado ausentes no semestre anterior, previsivelmente devido à pandemia. Os investidores europeus foram dominantes no investimento em todas as regiões analisadas, com pesos de mais de 90% no Algarve e de 66% na região de Lisboa, com destaque para a Irlanda, Países Baixos ou Alemanha.
Valor médio de oferta revisto em baixa
No período analisado, o valor médio de oferta dos resorts fixou-se nos 4.273 euros/m², que comparam com os 4.513 euros/m² do semestre anterior, que tinha registado os preços mais elevados da série do SIR-Resorts, iniciada em 2016.
A gama mais elevada do mercado, monitorizada pelo percentil 95 dos valores, fixou-se nos 8.014 euros/m² no segundo semestre de 2020, abaixo dos 8.516 euros/m² registados no período anterior.
Este relatório mostra que o eixo Albufeira-Loulé, que soma quase 50% da oferta contabilizada, e um valor médio entre 40% a 62% acima dos outros eixos monitorizados, manteve estabilidade no valor médio de oferta nos dois semestres, atingindo os 5.325 euros/m². A quebra mais evidente destacou-se na gama mais alta, com um recuo dos 9.768 euros/m² para os 9.209 euros/m².
Preços das casas recuperam no 2º semestre
Segundo o Resorts’ House Price Index, na segunda metade de 2020, o preço das casas em empreendimentos de turismo residencial em Portugal registou um aumento de 5,8% face ao semestre anterior.
Na primeira metade do ano, a variação em cadeia dos preços tinha sido de 0,4%, que se verificou depois de uma descida de -12,7% no final do segundo semestre de 2019, período marcado pela forte incerteza quanto ao Brexit, que ainda não tinha entrado em vigor.
Já em termos homólogos, e em resultado da recuperação em cadeia dos dois últimos semestres, a variação dos preços em resorts regressou a terreno positivo no final de 2020, com uma valorização de 5,3% face ao segundo semestre de 2019.
Preços deverão subir 0,4% em 2021
Na segunda metade do ano, os operadores do mercado do turismo residencial mostraram-se mais otimistas face ao trimestre anterior no inquérito Resort Market Surcey. O saldo líquido de respostas relativo à evolução dos preços passou de -7 pontos no 1º semestre para +11 pontos no 2º semestre.
Os operadores antecipam uma subida dos preços de 0,4% este ano. As perspetivas quanto às vendas também melhoraram, passando de um saldo líquido de 14 para 32 pontos.
A APR destaca que «a confiança não está imune à pandemia e quer as expetativas de preços quer de vendas ficam bastante abaixo das manifestadas um ano antes, quando os saldos líquidos de respostas quanto à evolução dos preços e das vendas superavam os 40 pontos. Há, contudo, o consenso que o ritmo de crescimento das vendas depende do regresso das viagens, especialmente das oriundas do Reino Unido».