Esta é uma das principais conclusões de um estudo recente da Savills, segundo o qual «a quantidade limitada de ativos de qualidade e o sentimento de final de ciclo conduzirá os investidores a uma procura diversificada em vários setores e geografias», explica Eri Mitsostergiou, Diretora da Savills European Research. «Estamos a assistir a um número crescente de investidores a centrarem as suas estratégias de investimento europeu no setor residencial e segmentos alternativos», explica a responsável.
O mesmo se passa no nosso país. Alexandra Gomes Portugal, Senior Analyst do Departamento de Research da Savills Portugal, completa que «a realidade europeia tem um paralelo perfeito em Portugal, onde no ano 2019 já começámos a verificar de forma mais consistente um aumento do interesse e da procura por segmentos alternativos, como é o caso de projetos direcionados para Residências de Estudantes». Não obstante, antecipa, «o segmento de escritórios continuará a ser um setor chave para investidores core, a par de projetos de Development».
Ativos como residências sénior ou residências de estudantes e outros tipos de habitação estão entre os principais ativos procurados por quem procura rendimentos de longo prazo, com perspetivas de crescimento anual. Por isso mesmo, «não é surpresa que 2019 tenha visto o setor residencial a ser nomeado como o segundo setor preferencial para o investimento imobiliário a nível global», comenta Marcus Roberts, Diretor, da equipa Savills European Operational Markets. Antecipa que «no novo ano, o lançamento de diversos fundos direcionados para o setor living e operacional intensificará a competição por ativos disponíveis em mercados já limitados, mas esperamos que esta situação conduza a mais negócios de financiamento antecipado e iniciativas de development».
Espaços de trabalho também no topo das prioridades
A procura por espaços de trabalho alternativos também deverá permanecer em alta, numa altura em que as taxas de ocupação se encontram em mínimos históricos em toda a Europa, com as rendas a subir entre os 4% e os 6% ao ano desde 2014.
E, no caso de Portugal, a falta de espaço «tem sido um dos temas com maior relevância quando falamos de escritórios, principalmente nas grandes cidades. É cada vez mais comum empresas internacionais optarem por Lisboa e Porto, concentrando assim alguns dos seus serviços nas duas maiores cidades do país».
Rodrigo Canas, Associate Director do departamento de Agência da Savills Portugal, explica que «tem sido para estas empresas um enorme desafio encontrar não só o espaço ideal que permita o seu crescimento bem como na obtenção de talento necessário». E, admitindo que a procura por espaços flexíveis tem vindo a aumentar, avança que «a intenção futura das empresas, na maior parte dos casos, é de se estabelecerem num projeto de escritórios tradicional. A tendência durante os próximos 2 a 3 anos verificar-se-á na escolha de modelos tradicionais de escritórios, assim que as empresas tiverem o seu negócio mais estabilizado e assim que existir nova construção concluída».