O município do Montijo quer ser, cada vez mais, um destino seguro para o investimento, assumindo esse objetivo como a sua «batalha». Quer continuar a atrair famílias, empresas, serviços e talento.
Este foi o município em destaque na primeira sessão do ciclo de webinars "As Cidades Amanhã", organizado pela APPII, que acontece enquanto oportunidade para os autarcas estarem em contacto mais direto com os promotores e investidores imobiliários, e porque «é o trabalho conjunto que pode fazer as cidades», defendeu o Presidente da APPII, Henrique Polignac de Barros, no início deste webinar.
O Presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Ribeiro Canta, foi o orador convidado do primeiro webinar deste ciclo, que se realizou a 22 de abril. O edil está convicto de que a «articulação séria, honesta e transparente entre os atores privados e o setor público será a receita para reforçarmos a nossa posição e para superarmos a crise criada pela pandemia. Temos a obrigação enquanto sociedade de trabalhar em conjunto para esta recuperação, sem deixar ninguém para trás».
Um dos principais objetivos do Montijo é fomentar a coesão e inclusão social, o que o autarca acredita que é a base para criar um destino de investimento seguro e distinto de muitas cidades europeias: «a segurança é o fator distintivo português e da região de Lisboa. A integração social dá segurança aos que trabalham e aos que investem, e é fundamental envolver também os investidores imobiliários no processo», afirmou.
Aumentar as áreas dedicadas às empresas e aos negócios «faz parte da nossa estratégia de criação de emprego de proximidade», um dos objetivos da autarquia para contribuir para esta coesão social e também para o equilíbrio do desenvolvimento dos tecidos urbanos, «fundamental para promover um sentimento de pertença». A criação deste tipo de emprego na região «vai permitir que as famílias vivam mais integradas na sua localidade».
Estes empregos na região “casam” também com as preocupações ambientais do município, que quer reduzir as emissões de CO2 e contribuir para mitigar as alterações climáticas. Pode evitar tantas deslocações de carro para Lisboa, atualmente feitas por 1/3 da população residente na Península de Setúbal. «A preocupação ambiental é sempre mais favorável ao empreendedorismo, à competitividade e ao crescimento da economia e do emprego», rematou o autarca. A câmara está a trabalhar também para acompanhar a expansão da cidade com a criação de infraestruturas públicas, como creches ou espaços verdes.
Outro dos focos do Montijo é a reabilitação urbana. Exemplo disso é o projeto de habitação acessível qua a autarquia vai desenvolver nos antigos terrenos da fábrica Isidoro, depois de ter exercido o direito de preferência sobre a compra dos mesmos.
Aqui serão criadas 60 habitações que serão arrendadas a preços acessíveis, tendo como principal público-alvo as famílias jovens. «Este será um investimento muito interessante numa zona próxima do rio, com uma relação próxima com uma ideia de “Mini-Expo”», descreve Nuno Ribeiro Canta.
Aeroporto será fundamental para atração de investimento
Para Nuno Ribeiro Canta, a expansão aeroportuária de Lisboa para o Montijo seria fundamental para a afirmação da cidade e para a atração de investimento: «Alguns autarcas vizinhos estão contra. Mas para nós, é uma importante opção para o Montijo. Vai permitir a atração de outro tipo de investimento na região de Lisboa, nomeadamente de empresas que precisem de estar perto de uma infraestrutura como esta».
«O investimento no aeroporto é muito mais que o território do Montijo, é um elemento de dinamização da “outra margem”, criará novas dinâmicas em todos os municípios». O autarca está também convicto de que «é possível ter desenvolvimento respeitando o território e o ambiente, e o Montijo tem experiência nisso». Por isso, «lutamos contra visões redutoras». Se o projeto se concretizar, o autarca admite que «vamos ter necessidade de construir mais, e o PDM atual tem ainda 180 hectares para expansão urbana».
Seja como for, garante que «não é por não haver decisão do aeroporto que não há interesse neste território, todos os dias temos intenções de investimento. Mas será um elemento fundamental para concretizar a cidade das duas margens. Por isso estranhamos a oposição de alguns municípios à obra», conclui.