ADMAR quer ter 400 milhões sob gestão até 2030

A ADMAR SCR tem grandes planos para 2025. Além do lançamento do seu terceiro fundo, o H2 Health & Hospitality FCRF, a sociedade liderada gestora está “a ajusrtar a estrutura e a fazer o registo na CMVM para passar a gerir organismos de investimento coletivo em imobiliário, as chamadas SICAFI”, revela à VI o administrador, João Cota Dias. Em entrevista o responsável explica que “o nosso objetivo é continuar a desenvolver fundos de capital de risco [“venture funds”], sendo que o nosso foco está em levantar o capital para o H2 e investir em ativos na área da saúde e da hotelaria; e em começar a gerir SICAFIs”, neste sentido, detalha, “vamos criar uma sociedade independente para gerir estes organismos de investimento imobiliário coletivo e, a partir daí, desenvolver alguns veículos desta natureza nos próximos dois a três anos, de modo a que nos próximos cinco anos possamos ter 400 milhões de euros em ativos sob gestão”. Até lá, a sociedade está focada no lançamento do seu terceiro fundo, o H2 Health & Hospitality FCRF, que terá um capital de até 70 milhões de euros e uma estratégia de investimento distribuída entre os setores de hospitality & healthcare, procurando ativamente oportunidades em unidades de saúde privadas e de cuidados continuados, e em hotéis e empresas de serviços e tecnologia relacionados com o turismo. Através dos fundos ADMAR FCR e Golden Estate, a ADMAR já investiu em 25 projetos imobiliários e turísticos, apostando na promoção imobiliária para os segmentos residencial, turísticode comércio e serviços, em Lisboa, Cascais, Oeiras, Carcavelos, Comporta, Tróia, SInes e no Algarve. (Foto: Projeto Xabregas Hotel & residencias, Lisboa) Imobiliário continua a ser uma aposta estratégica O imobiliário é um setores chave na política de investimento dos fundos sob alçada da ADMAR. “Temos muitas participações em projetos imobiliários, pois compreendemos muito bem o risco o negócio desta indústria, daí termos feito um investimento muito grande no setor”, comenta João Cota Dias. Através dos seus dois primeiros fundos – o ADMAR FCR e o Golden Estate FCR -, que somam um capital 190 milhões de euros – “totalmente subscritos e investidos” -, a ADMAR FCR e 36 investidores já investiu, direta ou indiretamente, em mais de 25 projetos residenciais e turísticos em Portugal. “Nestes dois primeiros fundos que levantámos e em que investimos nos últimos anos, apostámos bastante em imobiliário e turismo, que identificámos como setores bastante resilientes, mas também começámos a investir na área da saúde. Neste terceiro fundo, queremos investir sobretudo num turismo de nicho, em projetos em que identifiquemos potencial para crescer e que, depois de estabilizados possam ser vendidos a outros fundos maiores. E, como acreditamos que a saúde é uma área com imenso potencial e na qual existem várias oportunidades por explorar, para além dos grandes hospitais, neste veículo queremos apostar em unidades mais pequenas, focadas em especialidades que não precisam de ser exercidas em hospitais e fazê-las crescer, com uma gestão mais profissionalizada e que lhes permita criar sinergias”, explica João Cota Dias. “Para além do mais, acreditamos que existe complementaridade entre a hotelaria e a saúde, pois em certa medida prestam serviços semelhantes, o que permite sinergias do ponto de vista da gestão”, diz, frisando que “cada vez mais as clínicas também prestam serviços de hotelaria, tal como já há hotéis focados num segmento de healthcare e saúde, sem esquecer o negócio das residências sénior vocacionadas para pessoas ativas, que acabam por ser um misto de ambas as coisas. Por isso, neste novo fundo queremos distribuir o capital entre estes dois setores e, sempre que possível, apostar em projetos que possam combinar ambas as vertentes”. Com isto em vista, continua o administrador da ADMAR, “a nossa estratégia é pegar em operações já existentes e que funcionam, e fazê-las crescer com menos risco. Temos um fundo com 70 milhões e, como tal, não vamos comprar muitos hotéis e clínicas mas, sim, escolher um conjunto restrito de ativos, comprar uma participação e fazê-los crescer”. Na verdade, detalha o responsável, uma das particularidades da política de investimento da ADMAR é que “gostamos de ser co-investidores e nunca gestores. Somos investidores financeiros e, como tal, o nosso objetivo é encontrar projetos com equipas de gestão capacitadas para os fazer ganhar ainda mais valor”, o que significa que “normalmente não compramos a totalidade um ativo, mas sim participações que podem ir de 5-10% a um máximo de 50%”. Apesar da designação deste tipo de veículos, e da perceção de elevado risco que lhes possa estar associada, João Cota Dias defende que se trata de uma questão marketing, visto que “os fundos de capital de risco deveriam, tal como lá forma, chamar-se venture funds, pois na verdade o grau de risco que têm associado tem a ver com a estratégia que a sociedade gestora lhes quer conferir. E, é óbvio que um fundo que aposta forte no mercado imobiliário, especialmente em Portugal, acaba por ter muito menos risco comparativamente aqueles que só investem em negócios operacionais”, comenta. Residências sénior para reformados ativos também estão na mira O segmento das residências sénior voltadas para as pessoas que estão a desfrutar de uma reforma ativa também está na mira da ADMAR para este terceiro fundo, até porque, “se trata de um mercado que mistura muito bem as componentes da hotelaria com a saúde”, afirma o administrador. “Apesar de no nosso país o segmento das residências sénior ainda estar muito associado a uma fase da vida em que as pessoas já exibem algum grau de dependência, a verdade é que há uma forte procura internacional de pessoas muito ativas, que gostam de praticar desporto, viajar e fazer um sem número de ativas, que querem passar os seus anos de reforma num destino em que tenham ao seu dispor uma oferta completa de lazer, cultura e desporto, mas com o conforto de poderem ter também permanente a cuidados qualificados e a assistência médica. E queremos criar um produto voltado para este público, direcionado para pessoas com uma reforma ativa e que precisam de cuidados médicos, mais ou menos regularmente; pois acreditamos que há aí um espaço grande para crescer no nosso país. Embora ainda não seja comum no nosso país, este é um produto que já existe noutros países europeus e. como sabemos, muitas pessoas gostam de vir para Portuga para desfrutar dos seus golden years, quer pelo clima, pela alimentação e bem-estar, mas também pelo preço, pois é bastante mais barato viver num condomínio deste género cá do que no Norte da Europa”, remata João Cota Dias.

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