O mercado imobiliário português continua a mostrar-se robusto, apesar de várias incertezas, mas os vários segmentos evoluem a diferentes velocidades. Os investidores continuam a diversificar as suas carteiras, e o segmento alternativo ganha destaque.
A B. Prime apresentou esta semana a edição anual do seu Prime Watch, que analisa os diferentes segmentos do mercado imobiliário, e que conclui que «o panorama de incerteza começa a dissipar-se em torno da pandemia, mas adensa-se quanto à evolução da inflação, das taxas de juro e algumas situações geopolíticas que poderão ter impacto na economia, no entanto a solidez do mercado imobiliário mantém-se e continua a progredir a diferentes velocidades».
Por um lado, o mercado de investimento registou recentemente a entrada de novos investidores internacionais, que representam já 73% do volume total de investimento comercial. Procuram cada vez maior diversificação das carteiras, quer no setor residencial, de saúde, escritórios ou hotelaria.
O segmento alternativo, que inclui estas áreas, já representa 32% das preferências dos investidores, mas os escritórios continuam a dominar com 37%. O teletrabalho veio mudar a rotina laboral, mas a ocupação dos espaços não se ressentiu, e continuou a registar uma forte procura. Ganham importância os critérios de sustentabilidade dos projetos ou a flexibilidade dos contratos de arrendamento.
Por outro, a logística destacou-se durante a pandemia, atingindo em 2021 o seu melhor ano de sempre em termos de área absorvida. A procura é grande em várias geografias, nomeadamente devido aos centros de distribuição regionais, e também à falta de centros urbanos para last mile.
Por oposição, o retalho foi um dos segmentos mais impactados pela pandemia, e registou diferentes performances nos vários formatos, mais positiva nos retail parks e stand alones, e menos positiva nos centros comerciais, que foram os mais penalizados. O comércio de rua manteve-se relativamente estável.
Jorge Bota, Partner da B. Prime, comenta os resultados da análise, destacando que «tendo em conta os dados analisados e a evolução da procura, 2022 poderá ser um ano de ouro para o imobiliário nacional, com desempenhos positivos em todos os setores, mesmo que a ritmos diferentes. Caso não existam situações imprevistas, este ano será um marco relevante para o setor e para a economia nacional».