2019 concentrou 21% do investimento imobiliário da década

2019 concentrou 21% do investimento imobiliário da década

2.800 milhões de euros, é este o valor preliminar agora avançado pela JLL no balanço da atividade do ano, faltando ainda incluir na conta os últimos negócios do ano. Só 2018 concentrou mais investimento, representando 25% dos 13.600 milhões de euros investidos desde 2010.

De acordo com a consultora, este ano deverão registar-se 187.500 m² de escritórios colocados no mercado de Lisboa, 14% dos 1,35 milhões de metros quadrados ocupados nos últimos 10 anos, valor ligeiramente abaixo dos 206.000 m² colocados no ano passado.

Já na área da habitação, em 2019 terão sido transacionadas 178.000 casas, num volume de 24.000 milhões de euros em vendas, 15% das 1,21 milhões de casas vendidas na década em causa.

No seu balanço do ano, a JLL destaca também «a consolidação da atividade ocupacional no comércio de rua, além da emergência dos setores alternativos, bem como o incremento da promoção imobiliária com foco nos projetos de grande dimensão e na construção de raiz», refere a consultora.

 

Mercado “sustentou os patamares históricos”

Pedro Lancastre, diretor geral da JLL Portugal, afirma que «o balanço de 2019 não pode ser mais positivo, pois foi um ano que não só sustentou os patamares históricos alcançados em 2018 como o fez num contexto de constrangimento da oferta. Além disso, o ano dá já sinais da tendência de diversificação para os setores mais alternativos e para os novos modelos de imobiliário. Esta diversificação, a par de uma forte retoma da promoção imobiliária que deu já passos bem significativos em 2019, vão ser duas das principais vias para a expansão do mercado nos próximos anos».

Para o responsável, importa salientar que «esta foi uma das décadas mais contrastantes e desafiantes da nossa história. Na primeira metade da década, o mercado imobiliário teve uma queda vertiginosa, mas recuperou de tal forma que chegou a 2018 a quebrar recordes históricos e conseguiu em 2019 manter esses patamares. A dinâmica do mercado imobiliário nesta reta final da década tem sido de tal forma intensa, que quase metade (46%) de todo o investimento imobiliário e um terço (29%) da área de escritórios ocupada nestes 10 anos se concentram apenas em 2018 e 2019. E na habitação, se as projeções se confirmarem, também um terço das casas vendidas no país ao longo da década terão sido transacionadas apenas nestes dois últimos anos, quer em número (30%) quer em valor (33%)».

 

2020 com “expetativas excelentes”

Mostrando-se confiante relativamente a 2020, Pedro Lancastre avança que as perspetivas para 2020 «são excelentes, aguardando-se o início da construção de grandes projetos como o da Feira Popular ou o da Pedreira do Alvito», destaca.

Os segmentos alternativos prometem animar o mercado este ano, bem como as novas SIGI, que «podem ter um contributo determinante para o arranque de um mercado de arrendamento residencial com escala, um verdadeiro mercado de arrendamento, como acontece em todos os outros setores não residenciais. Os promotores estão interessados neste mercado e há procura! Há, contudo, que garantir estabilidade e a incerteza que o novo pacote jurídico e fiscal do imobiliário é uma questão para o mercado lidar em 2020».

Mostra-se convicto de que «o nosso imobiliário vai continuar no epicentro do mundo, com as grandes multinacionais a chegar e à procura de espaço, com as startups tecnológicas também a chegar, com mais turismo, mais estudantes, um retalho com experiências diferentes e inovadoras, novos conceitos na habitação e no trabalho. É com muita confiança e ânimo que entramos numa nova década», conclui.