MONTEPINO PROCURA NOVOS ATIVOS EM PORTUGAL

Cerca de dois anos depois de ter iniciado os contactos com o Novo Banco para adquirir um dos maiores terrenos para promoção logística disponíveis em Castanheira do Ribatejo, a Montepino acaba de entregar à Leroy Merlin a plataforma logística que ali desenvolveu à sua medida, assinalando com chave de ouro a sua estreia no mercado português. Fruto de um investimento de 120 milhões de euros, este projeto build-to-suit está arrendado ao retalhista francês por um período inicial de 20 anos e foi desenvolvido conforme as mais exigentes normas de sustentabilidade, exibindo a certificação LEED Platinum – a mais elevada num projeto logístico em Portugal. Tratando-se do maior projeto logístico em Portugal, a plataforma soma mais de 108.500 m² de área bruta locável (incluindo 4.000 m² de escritórios) e está implantada num terreno com 147.000 m² e cuja área urbanizada ascende a 324.000 m². Pela sua localização, dimensão e notoriedade este projeto abre com chave de ouro a entrada no nosso país da socimi detida pela Valfondo e o Bankinter, reconhecem os seus responsáveis, dando o pontapé de saída para novos investimentos. “Acreditamos que a logística é um setor de futuro em Portugal. Atualmente existe uma procura muito significativa de espaço para ocupação no nosso país, e só aquela que é liderada pelos nossos clientes representa uma ocupação potencial de cerca de 250.000 m²”, revelou Ben Alogo, diretor de desenvolvimento internacional da Valfondo. De acordo com o responsável, “hoje em dia, só na zona de Lisboa temos uma procura real para cerca de 200.000 m² por desenvolver, mas não temos terrenos em carteira. Por isso, estamos muito ativamente à procura desses terrenos, tendo pressão para os encontrar uma vez que já temos clientes para os projetos. Entretanto, estamos já em negociações com dois novos potenciais inquilinos para os projetos a nascer nos dois lotes que ainda temos disponíveis para promoção nesta plataforma de Castanheira, que têm áreas edificáveis de 20.000 m² e 10.000 m², aproximadamente. E estamos também a analisar oportunidades de investimento na margem sul, mais especificamente em Palmela, para onde também há procura logística para ocupação de áreas entre 40.000 m² a 60.000 m². O mesmo se passa no Porto, onde temos uma procura real para áreas de 50.000 m² e que podem ir até aos 100.000 m², e onde temos neste momento em cima da mesa de negociação uma oportunidade para eventualmente avançar com uma operação que, caso se concretize, nos permitirá responder a essa procura dos nossos clientes”, detalha Bem Alogo. Garantindo que “estamos cá para ficar”, o responsável diz que “o setor tem uma capacidade de investimento muito grande. Por isso, é vital acelerar e simplificar os procedimentos administrativos, pois quando os nossos inquilinos nos pedem um espaço para instalar a sua operação, querem-no para ontem e, para garantir esse investimento, é fundamental conseguirmos ter um projeto feito no espaço de um ano”, alerta, apontando a questão dos procedimentos administrativos e a falta de terrenos urbanizados como os principais desafios atuais ao crescimento da promoção logística. Com uma estratégia assente na promoção de projetos logísticos build-to-suit, a socimi Montepino só avança com um investimento quando tem um cliente para o ocupar, ou seja, não aposta na construção especulativa, frisou Julián Labarraa, diretor de Desenvolvimento da Valfondo. Além disso, a aposta está também centrada no desenvolvimento de projetos novos, de raiz, frisou, esclarecendo que a “a reconversão de ativos existentes é algo que poderemos vir a fazer muito pontualmente, para um determinado inquilino e numa localização muito específica para um projeto last-mile, mas por norma, não!”.

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