Portugal atraiu mais de 1.606 milhões de investimento em imobiliário comercial em 2023. O setor hoteleiro registou o maior volume de investimento com 640 milhões de euros, representando 40% do volume total, avança a Worx Real Estate Consultants antecipa, no relatório WMarket 2023-2024.
Ainda que tenha sido um dos setores mais resilientes, a par do retalho, o setor hoteleiro não deixou de ser imune ao contexto de incerteza, revelando um decréscimo de 30% face ao ano anterior.
A Worx destaca o papel da Arrow Global como principal comprador, responsável pelo portfólio de hotéis Dom Pedro por 250 milhões de euros, o Palmares Ocean Living e o Hilton Vilamoura.
A atratividade do setor foi, como nos anos anteriores, impulsionada pelos excelentes resultados operacionais do turismo em Portugal, resultados que suplantaram todos os records anteriores tanto em matéria de procura dormidas como de receitas.
A realização das Jornadas Mundiais da Juventude terá impulsionado em 9% o respetivo crescimento face ao ano anterior, fixando-a, em 2023, em 66%. Ainda assim, importa realçar que, apesar do crescimento da taxa de ocupação no último ano, em Lisboa e no Porto esta encontra-se ainda se encontra abaixo dos valores pré-pandemia.
120 novos projetos previstos para os próximos dois anos
Quanto à oferta, Portugal contabilizou a abertura de 56 estabelecimentos hoteleiros em 2022, representando um acréscimo de mais de 3.000 quartos no mercado. Para os próximos dois anos, espera-se um total de 120 novos projetos, o que se deverá traduzir num acréscimo de 12.000 unidades de alojamento por todo o país, sendo que a região Norte granjeia mais de um terço desta nova oferta.
Entre as aberturas mais aguardadas este ano, destacam-se a estreia das marcas Andaz (grupo Hyatt) e The Standard em Lisboa, assim como o projeto The Social Hub Porto Bonjardim e o The Lince Santa Clara Historic Hotel no Porto.
Quanto a perspetivas para este ano, o turismo deverá manter o desempenho positivo revelado no último ano, ainda que com um crescimento limitado pelo contexto de inflação elevada, acima dos 2%, que deverá continuar a condicionar o rendimento disponível das famílias para o turismo e lazer.
Assim sendo e tendo em consideração o efeito multiplicador das Jornadas Mundiais da Juventude no último ano, não se antevê um crescimento do nível de procura, mas antes uma estabilização do número de dormidas e até eventualmente uma ligeira quebra nas taxas de ocupação por efeito da entrada de novos hotéis no mercado.