Portugal é “uma rising star” com “longo caminho a percorrer”

Portugal é “uma rising star” com “longo caminho a percorrer”

 

As palavras foram ditas por José Roquette, Chief Development Officer do Pestana Hotel Group, durante a conferência “Global Brands, Tourism Destionations and Real Estate Market”, organizada pela Essentia na última 5ª feira. Na sessão “The notoriety of a destination vs the real estate market performance”, o especialista destacou que «o número de turistas a nível global tem aumentado muito nas últimas décadas, e teremos 2 biliões em 2030».

Neste contexto, «a ideia de sustentabilidade tem de estar em cima da mesa». Numa altura em que há «muito dinheiro e muito barato, Portugal tem de ter cuidado com os erros que pode cometer. Os bons anos que tivemos ultimamente devem-se ao facto de sermos um país muito seguro, o que levou Lisboa e Porto à 2ª divisão das cidades europeias, mas enfrentamos ventos menos favoráveis na área do lazer, com os nossos concorrentes do mediterrâneo e norte de África a voltar ao mercado». Além disso, os desafios da mobilidade em Lisboa podem também colocar em causa a pujança deste destino urbano, nomeadamente a necessidade de um novo aeroporto, ponto recorrente deste debate.

Para José Roquette, a competitividade fiscal é uma das principais questões a ter em conta no que toca o futuro do turismo e do imobiliário, com uma dependência evidente do exterior: «de vez em quando, espreita o risco de alteração às regras do jogo. É muito importante que qualquer governo perceba que a estabilidade é fundamental».

Portugal «despertou tarde para a inovação do produto turístico, é uma área na qual temos um longo caminho a percorrer», salienta. E acredita que «a era do capital abundante e barato vai acabar. Não será sempre como nos últimos anos, vamos ter de requalificar a oferta, conquistar a lealdade dos novos turistas e dos novos mercados. A marca Portugal faz uma promessa que tem de cumprir».

 

“Temos excelentes perspetivas para Portugal”

Falando na sessão “How should the government react to the tourism boom and build the foundations for sustainable tourism and real estate success?”, José Gil Duarte, CEO e Fundador da Essentia, garantiu ter «excelentes expetativas para Portugal», mas «não é com instabilidade política e legislativa que conseguimos chegar aos nossos objetivos, essa estabilidade é determinante».

Reforçando o «momento extraordinário» do mercado, para o qual muito contribuiu a captação de capital estrangeiro, lembra que se criou «uma pressão de investimento que não era prevista há 4 anos atrás, o que gera enormes incertezas». O debate, que contou também com as participações de José Mateus, da ARX Portugal, ou Samuel Torres de Carvalho, da STC Arquitetura, centrou-se em questões como a gentrificação, os preços da habitação, a necessidade de nova construção, ou a capacidade de resposta de mobilidade das cidades, em particular de Lisboa.  

«Este será o desafio de uma geração, não sabemos quantas mais oportunidades deste género vamos ter na nossa vida. A forma como lidarmos com este momento, vai definir o nosso futuro», acredita o responsável.