Hoteleiros entram menos otimistas em 2019

Hoteleiros entram menos otimistas em 2019

 

Segundo o inquérito sobre as perspetivas para o próximo ano lançado pela AHP entre os seus associados, «o grosso dos inquiridos acredita numa subida da receita e do preço médio, mas vemos menos otimismo que em 2017 em todos os indicadores», explicou Cristina Siza Vieira, Presidente Executiva da associação, aos jornalistas.

Se no ano passado 67% dos inquiridos esperava ter uma maior taxa de ocupação neste ano, apenas 48% acredita que isso vai acontecer em 2019. Isto pode explicar-se com a performance da ocupação neste ano, que entrou em quebra a partir de abril e desceu para os 84% a nível nacional só no verão. No entanto, o Norte e o Centro são as regiões mais otimistas neste indicador, esperando que a taxa de ocupação suba na generalidade do próximo ano.

Apesar da descida da taxa de ocupação, o preço médio e o RevPar continuaram a crescer no acumulado deste ano. Por isso, a maioria dos hoteleiros espera um crescimento do seu preço médio por quarto vendido em 2019, mas também um abrandamento deste indicador (sinal de consolidação do destino), que «já não cresce a 2 dígitos». 74% dos inquiridos esperam uma melhor receita de alojamento, 73% uma melhor receita total, 71% um melhor RevPar e 68% um melhor ARR.

No próximo ano, setembro será o melhor mês do ano para 26% dos inquiridos, à frente do mês de agosto, apontado por 22%, e de julho, indicado por 18% dos respondentes. O segmento do lazer lidera com 31% a indicar este como o melhor setor do ano, seguido pelos city breaks, com 19%. O golf permanece no fim da lista, indicado por apenas 2% dos respondentes. Apesar de não ser um dos setores mais destacados pelos hoteleiros para 2019, o MICE  continua a ser uma das melhores oportunidades para a hotelaria e o turismo, segundo Cristina Siza Vieira.

Quanto à estada média, 75% dos hoteleiros acredita que esta se vai manter. Os principais mercados serão o português, o mais importante para 19% dos hoteleiros e que tem ganho terreno a nível nacional, espanhol e francês, com destaque para a quebra do britânico. Os mercados americano, chinês e brasileiro são vistos como algumas das melhores oportunidades de crescimento para o próximo ano, apesar de terem um peso muito mais reduzido na operação.

 

Brexit é um dos principais constrangimentos

Os efeitos do Brexit começam a ser mais sentidos pela hotelaria, e deverá mesmo ser um dos maiores constrangimentos para a maioria dos hoteleiros no próximo ano.

No ano passado, eram 6% os inquiridos que apontavam este fator como um constrangimento à sua atividade em 2018. Mas este ano, 18% dos respondentes acredita que esta será uma questão de peso no seu negócio em 2019, «principalmente no Algarve», destaca Cristina Siza Vieira.

Os custos com utilities serão o principal constrangimento para 26%. A dependência dos canais online, a falência de operadoras turísticas ou a capacidade dos aeroportos portugueses são outros dos constrangimentos apontados para a atividade hoteleira no próximo ano.

 

65 hotéis em pipeline para 2019

Estão 65 novos hotéis em pipeline para o próximo ano, além de 10 renovações, segundo as contas da AHP.

«Muitos destes transitam deste ano. Em 2018 contabilizámos que abririam 61 hotéis, e revimos esse número para 42 em junho. Mas no 1º semestre só abriram 10 unidades, 4 delas em Lisboa», explica Cristina Siza Vieira. A AHP estima, assim, que o ano feche com 15 novas aberturas.