A Selina Hospitality, uma marca israelita de hotéis e experiências focada em jovens viajantes, millennials e nómadas digitais, anunciou na segunda-feira, numa declaração apresentada à Comissão de Bolsa e Valores, que «já não tem perspetivas razoáveis de evitar a insolvência».
A notícia foi divulgada através de um documento regulamentar, destacando a grave crise de liquidez que afeta a empresa. Em Portugal, o grupo Selina detém sete espaços em Lisboa, Porto, Ericeira, Peniche, Gerês, Milfontes e Évora.
O conselho de administração da Selina informou que os administradores da FTI Consulting irão explorar a potencial venda de algumas ou todas as subsidiárias operacionais e ativos do grupo, condicionada à obtenção dos financiamentos necessários, divulgou o jornal Skift.
Com esta decisão, o conselho cedeu efetivamente o controlo dos assuntos, negócios e propriedades da empresa aos administradores da FTI Consulting. Enquanto a empresa-mãe esteja insolvente, as operações diárias das suas subsidiárias permanecem sob o controlo dos respetivos diretores e equipas de gestão.
Este declínio representa uma queda significativa para a Selina, que se posicionou como pioneira no setor de hospitalidade para nómadas digitais, combinando acomodações de hotel com espaços de coworking em locais trendy por todo o mundo. Até ao início deste ano, a Selina operava cerca de 29.000 camas nos seus hostels e hotéis a nível mundial.
A crise agravou-se quando a Selina não conseguiu pagar cerca de meio milhão de dólares em juros a uma unidade do Banco Interamericano de Desenvolvimento. Este incidente marcou um ponto de viragem crítico para a empresa.