A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) apresentou esta quarta feira os resultados do inquérito “Balanço 2024 & Perspetivas 2025”, realizado junto dos seus associados. Os dados agora divulgados, revelam um ano de 2024 de estabilidade, mas ainda assim de crescimento moderado, registando-se aumentos em quase todos os indicadores operacionais.
A nível nacional, ainda que a taxa de ocupação se tenha mantido estabilizada nos 65%, em linha com o ano anterior, o preço Médio Por Quarto (ARR) subiu quatro euros face a 2023, para 146 euros, impulsionando a subida do RevPar para 95 euros, mais três euros que no período homólogo. “Estes resultados vêm confirmar o que temos vindo a dizer: que estamos a crescer mais em valor do que em ocupação”, realçou Cristina Siza Vieira, vice-presidente executiva da AHP.
Portugal voltou a destacar-se entre os principais mercados emissores, mencionado por 89% dos participantes, seguido do Reino Unido (55%) e dos EUA (39%). Em contrapartida, a França (15%) voltou a perder terreno, surgindo apenas na sexta posição, “uma situação que revela alguma preocupação” entre os hoteleiros, comentou a responsável.
Olhando em diante, as perspetivas para 2025 evidenciam um otimismo moderado por parte dos hoteleiros. No que respeita à ocupação, a maioria dos inquiridos do Algarve (48%), da Península de Setúbal (47%), do Alentejo (45%) e da Grande Lisboa (43%) estão confiantes em relação a uma subida face a 2024. Quanto ao preço médio por quarto, entre as várias regiões é consensual a projeção de que este deverá aumentar. Em linha com esta tendência, muitos hotéis esperam crescer em termos de receitas, nomeadamente na Península de Setúbal (78%), Açores e Grande Lisboa (63%), Norte (54%) e Oeste e Vale do Tejo (53%).
Portugal mantém-se no cabaz dos 3 principais mercados emissores para 83% dos inquiridos. Espanha, com maior expressão nas NUTS Norte, Centro e Alentejo, apontada por 54% dos associados da AHP. (54%) consolida a sua posição. O Reino Unido (39%) continua a ser determinante para o Algarve e a Madeira, enquanto os Estados Unidos (34%) reforçam a sua importância em Lisboa, Açores e Alentejo. O Brasil (32%) evidencia sinais de recuperação, sobretudo em Lisboa e no Centro do país. Outros mercados em ascensão incluem a Irlanda, a Polónia e o Canadá.
Relativamente aos principais desafios colocados ao setor em 2025, os inquiridos pela AHP elencam a concorrência de outros destinos internacionais (68%), a aumento generalizado dos custos (52%), a instabilidade geopolítica (52%) e a escassez de mão-de-obra qualificada (49%).