Os hoteleiros portugueses têm boas perspetivas para o período das festas do final do ano, nomeadamente o Natal e o Réveillon, e esperam registar subidas na ocupação e no preço praticado, face ao ano passado.
A informação foi apresentada por Cristina Siza Vieira, vice-presidente executiva da AHP, e resulta do inquérito fechado a 10 de dezembro que a associação fez aos hoteleiros seus associados para conhecer as suas expetativas sobre a operação para o Natal e Réveillon deste ano. As respostas são dadas com base nas reservas feitas e nas expetativas para o período festivo.
No período do Natal, a nível nacional, a taxa de ocupação deverá ficar entre os 44% e os 56%, valores que estarão em linha com a ocupação de 50% registada no ano passado.
Há grandes assimetrias entre as várias regiões. No Norte, os operadores esperam atingir uma taxa de ocupação de até 49%, no Centro até 45%, e em Lisboa pode chegar aos 63%. No Alentejo, deverá rondar os 43%, no Algarve os 61%, e nos Açores 34%. Sem surpresa, na Madeira a ocupação pode chegar aos 78%.
No que toca ao preço praticado, a expetativa é que esteja em torno dos 135 euros a nível nacional, acima dos 118 euros do ano passado. Cristina Siza Vieira destaca os 169 euros de Lisboa que, a verificar-se, representará um crescimento de 21% face ao ano passado.
A Madeira e o Alentejo deverão praticar uma diária média de 139 euros, o Centro de 107 euros, e o Norte de 104 euros. Já os Açores, deverão ficar abaixo do ano passado, com 86 euros, mas ainda assim acima da média do mês de dezembro de 2022 para esta região (segundo os números do INE). Assim, «é a região de Lisboa que mais puxa o preço médio para cima».
No Natal, 36% dos inquiridos apontam Espanha como um dos seus três principais mercados. 28% referem os Estados Unidos, um mercado que tem vindo a registar um grande crescimento do seu peso no cabaz de nacionalidades. 24% referem o Reino Unido, 18% a Alemanha e 21% o Brasil. No entanto, 72% refere que o mercado nacional está entre os principais.
Os Estados Unidos são mesmo o principal mercado estrangeiro na Área Metropolitana de Lisboa, apontado por 66% dos inquiridos. O Reino Unido é o principal para 88% dos hoteleiros na região do Algarve e para 100% na Madeira.
Preços e ocupação sobem também no Réveillon
Tipicamente mais forte que os dias do Natal, o Réveillon não é exceção este ano. A nível nacional, os operadores hoteleiros esperam uma subida de 14% na taxa de ocupação, face ao ano passado, podendo chegar aos 75%.
No Norte, a ocupação pode ir até 68%, segundo as expetativas dos hoteleiros. No Centro, até 63%, em Lisboa até 74%, no Algarve 74%, nos Açores 73% e na Madeira 92%, sem surpresa. Inclusive, Alentejo, Algarve e Madeira «já registam uma taxa de ocupação superior à registada no ano passado, tendo em conta apenas as reservas confirmadas», afirma Cristina Siza Vieira.
No entanto, a Madeira ou o Norte esperam praticar um preço médio inferior ao do Réveillon do ano passado.
Na passagem de ano, o mercado nacional continua a ser apontado como um dos três principais para mais de 80% dos inquiridos, e entre os estrangeiros volta a liderar Espanha, que «tem crescido muito», seguida pelo Reino Unido, EUA, Brasil ou Alemanha.
A grande maioria dos inquiridos (65%) considera que o atual contexto geopolítico, nomeadamente a nova guerra entre Israel e o Hamas, não afetou as suas reservas até ao momento. No entanto, 29% consideram que teve um efeito negativo, o que é particularmente notório no Centro (47% consideram negativo) e na AML (43%). Curiosamente, para 25% dos hoteleiros da Madeira, este tema até tem um impacto positivo nas suas reservas.
Sobre as perspetivas para 2024, Cristina Siza Vieira considera que «ainda é cedo» para traçar cenários.