Os números constam do Índice de Preços da Habitação, agora divulgado pelo INE, que mostra que só no último trimestre o número de transações de alojamentos atingiu os 29.835, num aumento de 16,8% face a igual período do ano anterior, e um novo recorde desde o 4º trimestre de 2010.
Foram vendidos mais fogos usados que fogos novos, sendo que os primeiros aumentaram o número de transações em 19,8%, e os segundos em 6%.
Habitação ficou 3,1% mais cara
No ano passado, o Índice de Preços da Habitação apresentou uma variação média anual de 3,1%, um crescimento, no entanto, inferior ao de 4,2% registado em 2014 quando se inverteu a redução dos preços da habitação em Portugal.
No último trimestre do ano, o IPHab registou um aumento de 5% face ao trimestre homólogo, e de 1,2% face ao trimestre anterior, sendo que os fogos usados registaram, pelo 5º trimestre consecutivo, uma taxa de variação homóloga de 5,1%, superior à dos fogos novos, de 4,8%.
Na variação média anual, os fogos usados valorizaram mais (4%) do que os fogos novos (1,7%). Comparativamente a 2014, o índice de preços dos alojamentos novos desacelerou 2,4%, apresentando uma variação média de 1,7% em 2015, enquanto que os fogos usados subiram 4%.
Reabilitação e segmento premium ajudam na subida de preços
Em termos geográficos, a região do Norte e a Área Metropolitana de Lisboa concentraram 62,2% do número total de vendas de casas, com 66.676 transações de alojamentos.
Na AML, o valor dos alojamentos transacionados foi de aproximadamente 5.700 milhões de euros, ou seja 46% do total do valor dos alojamentos vendidos em todo o país. Comparativamente a 2009, a variação do índice de preços foi de +6,1%, a região que mais cresceu em Portugal. O Norte foi a 2ª região com a maior fatia do valor das vendas, com 26,7% do total.
A pesar nestes números, nomeadamente em Lisboa, está o segmento premium e a reabilitação urbana, que tem recuperado cada vez mais ativos para habitação de segmento alto. Segundo um relatório recente do SIR, apurado pela Ci, nos últimos 2 anos o preço das casas de luxo em Lisboa subiu 23%, atestando ainda que o segmento da habitação premium é o que mais está a valorizar no mercado habitacional da capital. As zonas do Parque das Nações e da baixa concentram 45% do total das vendas de habitação da gama mais alta do mercado, com o preço médio de venda a rondar os 3.750 euros/m² até mais de 4.000 euros/m². Esta oferta é muito alimentada pela procura estrangeira, nomeadamente de quem vem para Portugal motivado por incentivos fiscais como o Regime de Residentes Não Habituais.
A gama média segue este crescimento, apesar de não tão expressivo, de 9,5% nos últimos 2 anos, depois de uma subida de 14% entre 2010 e 2013.
Um estudo recente da Prime Yield mostra também que as zonas da baixa, Chiado e Avenida da Liberdade são as mais valorizadas do mercado de reabilitação urbana habitacional, onde o preço médio de oferta dos apartamentos integrados em projetos deste género podem atingir os 6.089 euros /m², um valor que está entre 18% e 38% acima de outras zonas onde existem produtos semelhantes.
A abertura da banca ao crédito tem tido um papel importante no ‘boost’ das vendas, já que as famílias portuguesas voltaram a conseguir comprar casa (seja em que segmento for), uma opção que sempre preferiram em detrimento do arrendamento. Assim, a concessão de crédito à habitação quase duplicou desde 2013, sendo que em 2015 os bancos emprestaram uma média de 334 milhões de euros por mês para compra de casa, que comparam com os 193 milhões de euros de 2014 e com os 170 milhões de 2013, dizem os dados do BdP. Já a maioria das mediadoras fechou 2015 com resultados recorde de vendas e de número de transações.