Portugal terá 10.000 novas camas para estudantes nos próximos 3 anos

Portugal terá 10.000 novas camas para estudantes nos próximos 3 anos

As contas são da Cushman & Wakefield, no seu estudo “European Accomodation Guide”, recentemente publicado, segundo o qual estas camas se somam às 18.000 atualmente existentes.

Andreia Almeida, diretora de Research da consultora, refere em comunicado que «impulsionado pelo potencial que o mercado apresenta, estima-se que desde 2016 tenham sido investidos 71 milhões de euros na promoção de residências para estudantes em Portugal, prevendo-se uma manutenção desta atividade nos próximos anos. Comprovando este dinamismo, operadores como a Collegiate, SmartStudios, U.hub e Studenville, que se estabeleceram no mercado nos últimos dois anos, têm planos ambiciosos para crescer com parceiros internacionais».

Este estudo mostra que Portugal tinha cerca de 400.000 estudantes universitários no ano letivo de 2017/2018. Dos quais 42% nacionais deslocados e 13% internacionais. É um mercado impulsionado pela forte procura por parte dos estudantes, que ainda contrasta com a escassez de oferta moderna e adequada. Isto tem captado a atenção de investidores e promotores, que procuram agora oportunidades num mercado com elevado potencial.

São cada vez mais os estudantes estrangeiros que procuram Portugal pela boa reputação do ensino superior, além do menor custo de vida ou do bom clima e do estilo de vida. O nosso país tem 13 universidades no ranking “Times Higher Education World University Rankings 2019”, e está em 9º lugar a nível europeu. É um dos países da Europa que mais estudantes recebe no âmbito do programa Erasmus.

Além disso, Lisboa e Porto «estão a transformar-se em centros de inovação», segundo a consultora, e a promoção de clusters empresariais impulsiona novas iniciativas de empreendedorismo nas universidades, o que é «um forte atrativo junto de jovens estudantes nacionais e da União Europeia».

 

Em linha com o mercado europeu

Também o mercado europeu de student housing continua dinâmico. Muitos ativos continuam a ser desatualizados e desadequados e, por isso, a procura mantém-se.

A C&W estima que tenham sido transacionados cerca de 5.200 milhões de euros nesta classe de ativos em 2018, abaixo dos 7.900 milhões de euros registados em 2017. Mas a consultora garante que «que a atividade transacional não reflete o verdadeiro dinamismo do setor, já que a maioria das plataformas está focada em crescer por meio da promoção – e portanto a transação de ativos em operação é limitada - e que grande parte das transações diz respeito à compra de terrenos para promoção imobiliária, não contabilizadas nos dados de investimento».

O mercado continuará relativamente estável nos próximos anos, «com os investidores atentos à criação de joint ventures para a promoção de novos empreendimentos», prevê a C&W.