O Porto é o concelho com maior dinamismo de investimento imobiliário em habitação do chamado Eixo Atlântico, que também inclui Vila Nova de Gaia e Matosinhos.
De acordo com a Confidencial Imobiliário, nos primeiros 10 meses deste ano foram submetidos a licenciamento na cidade cerca de 4.400 novas habitações, o pipeline mais elevado do país, que dá continuidade à forte atividade que se regista nos últimos dois anos, quando deram entrada com pedido de licenciamento 5.980 fogos.
O Porto também se destaca na conversão de investimento projetado em oferta efetiva, que atinge os 75%, considerando os dados de licenciamento e pipeline de 2023 e 2024 e significativamente acima dos 56% de Vila Nova de Gaia e dos 36% de Matosinhos, bem como da média nacional de 50%.
Adicionalmente, pela primeira vez desde os anos 90, estes três municípios do Eixo Atlântico registaram um crescimento populacional simultâneo. O Porto lidera nesta inversão de retração demográfica: depois de ter reduzido a sua população de 301.000 habitantes em 1991 para 233.000 em 2014, entre 2016 e 2024 recuperou cerca de 20.000 habitantes, com um crescimento anual em torno dos 3%. Esta recuperação equivale à soma do crescimento de Vila Nova de Gaia e de Matosinhos que, nesse período, atraíram cerca de 12.000 e 8.000 novos habitantes, respetivamente.
Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário, refere em comunicado de imprensa que “o Porto é a cidade que atrai mais projetos e onde estes têm mais possibilidades de se concretizar, traduzindo uma maior capacidade de competir pelos recursos do setor da construção, incapaz de responder a todas as encomendas e, obviamente, atraído pelos mercados de maior valor”.
O especialista recorda que “entre 2015 e 2024, o Porto licenciou 50,9 fogos por mil habitantes, muito acima da média nacional de 21,9, de Matosinhos (29,4) e de Gaia (40,3). No entanto, ainda assim, apenas nivela pelos 49,4 médios da zona-euro, um facto que diz muito do ciclo atual que vivemos e que mostra que o Porto, sozinho, sem Gaia e Matosinhos, não responderá às necessidades habitacionais”.
A Invicta praticava em outubro um preço médio de venda da habitação de 3.600 euros por metro quadrado (acumulado de 12 meses), seguido por Matosinhos com 3.155 euros e por Vila Nova de Gaia com 2.488 euros. Os três mercados apresentam uma forte valorização, com aumentos homólogos dos preços no 3º trimestre de 2025 de 18,4% no Porto, 194% em Matosinhos e 17,3% em Vila Nova de Gaia.