Pedidos de habitação triplicaram em Lisboa desde 2020

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Foto: João Carlos Santos

São cada vez mais as famílias que pedem casa municipal nas cidades do Porto e de Lisboa. Só na capital, o número de pedidos mais que triplicou desde 2020, quando deram entrada na autarquia 2.409 pedidos, que comparam com os 8.439 de 2023 e os 8.169 registados este ano, até junho.

Os números foram partilhados com a Antena 1 pelas cinco autarquias que registaram mais alojamentos municipais nos Censos de 2021, Lisboa, Porto, Matosinhos, Oeiras e Gondomar.

Já em novembro, a vereadora da Habitação, Filipa Roseta, referia publicamente que este número de pedidos «é intenso e tem aumentado». Ainda assim, depois de alguns cancelamentos e candidaturas não aceites, a procura real cai cerca de 55%, para 3.668 pedidos em espera, salienta a Câmara Municipal de Lisboa.

Logo depois de Lisboa, Oeiras tem 1.301 pedidos de acesso ao arrendamento apoiado, número que já supera a realidade do Porto, que contabiliza 1.250 candidaturas. Também na Invicta se tem registado um aumento do número de pedidos, que passaram de 920 em 2022 para 1.150 em 2023.

Gondomar recebeu 1.012 candidaturas, e Matosinhos não divulgou a informação pedida, referindo não ter números para dar porque tem, desde agosto, um novo regulamento de gestão do parque habitacional municipal.  

Segundo a mesma fonte, o tempo médio de espera varia conforme a situação de cada família: as câmaras definem critérios que hierarquizam os casos, pelo que há pedidos mais rapidamente atendidos. No caso do Porto, que foi a única autarquia a divulgar essa informação, esse tempo varia entre 1 e 3 anos.

O município referiu à Antena 1 que «cerca de 20 por cento dos agregados familiares candidatos, que integram a lista de atribuição de fogos, já recusaram a primeira proposta de alojamento adequada à sua composição e necessidades, mantendo-se a aguardar disponibilidade de habitação localizada nas freguesias que indicaram como preferencial». Por isso, «o tempo médio de espera até ao realojamento poderia ser substancialmente menor».

Segundo a informação das autarquias, 4 concelhos comam 42.500 habitações públicas. A Câmara Municipal de Lisboa tem 23.000 alojamentos sob gestão municipal, onde vive cerca de 11% da população da cidade. O Porto tem 12.793 fogos municipais, com 12% da população.