Visando dar resposta ao problema do alojamento estudantil, a Universidade Nova de Lisboa está a preparar um projeto que junta pessoas que vivem sozinhas e têm quartos disponíveis a alunos à procura de casa a preços acessíveis.
O projeto “Quartos Acessíveis”, como se chama, vai ser apresentado na terça-feira, numa conferência dedicada à nova estratégia da universidade, uma «visão para as principais questões do território de uma forma mais integrada e transversal» que vai passar a guiar uma série de iniciativas, incluindo no que respeita ao alojamento estudantil, explicou à Lusa o pró-reitor para a Inovação Sócio-territorial, citado pelo Observador.
O projeto, que deverá ser lançado no próximo ano letivo, pretende conceder aos alunos deslocados, que representam quase metade do universo estudantil da Nova, uma alternativa acessível de alojamento, além das residências universitárias.
Numa parceria com as autarquias de Lisboa, Cascais, Oeiras e Almada, e a Santa Casa da Misericórdia, a iniciativa visa especialmente chegar a pessoas que vivem sozinhas, incentivando aquelas que têm quartos disponíveis a considerar a possibilidade de partilhar a casa com estudantes.
«Por toda a metrópole há centenas de milhares de pessoas a viver sós, não apenas seniores, com quartos vazios, mas que não sentem segurança para colocar os quartos no mercado livre», referiu João Seixas, Professor e investigador na NOVA FCSH, acrescentando que o objetivo é «atrair esses quartos a um preço acessível».
Os arrendatários poderão também oferecer casas desocupadas e, em qualquer caso, o montante da renda será objeto de negociação entre os estudantes e os proprietários, tendo como referência os valores máximos estabelecidos pelo Programa de Arrendamento Acessível para cada concelho, podendo ou não ser formalizados através deste programa.
Na capital, a renda corresponderia, no máximo, a 330 euros mensais, abaixo do custo de um quarto na capital que, de acordo com o Observatório do Alojamento Estudantil, ronda atualmente os 460 euros.
Segundo João Seixas, o programa será tendencialmente universal, dando prioridade aos alunos mais carenciados. Atualmente, a NOVA dispõe de cerca 460 camas em residências universitárias.