A ideia é defendida num relatório publicado esta quinta-feira, sobre as condições do mercado nacional. Antonio Tena, vice-presidente da Moody’s e um dos autores do relatório, comenta que «o mercado imobiliário nessas áreas [Lisboa e Porto] está a acelerar a um passo fora do normal, especialmente considerando que os níveis de rendimento das famílias não parece ter acompanhado o mesmo crescimento dos preços imobiliários dessas áreas», cita o Negócios.
A agência de rating considera que a aceleração dos preços do imobiliário deve exigir uma relação entre os níveis de rendimento e a evolução da valorização, pois «o equilíbrio do mercado imobiliário interno irá desequilibrar-se se os compradores tiverem expetativas irrealistas sobre o quão mais os preços irão aumentar».
Descartando a existência de uma “bolha” nos preços, a Moody’s considera que «não existe atualmente nenhuma indicação de que a taxa de construção esteja a ser hiperativa, o que, se fosse esse o caso a nível nacional», o que, alerta, «poderia indicar uma potencial bolha nos ativos imobiliários». E considera que a atividade da construção residencial está a conseguir responder à «grande procura» de forma sustentável.
De recordar que recentemente também o Banco de Portugal alertou para os «sinais, ainda que limitados, de sobrevalorização dos preços do imobiliário residencial». Segundo a instituição, «poderão observar-se situações de sobrevalorização mais acentuada a nível regional/local». E explica que «esta evolução tem estado associada à forte dinâmica do turismo e do investimento direto por não residentes».