A Área Metropolitana de Lisboa encerrou o ano de 2022 com, aproximadamente, 51.000 casas vendidas, número totalmente em linha com o ano 2021. Num ano desafiante, este resultado observou um decréscimo muito residual de 1,4% e ficou acima da média anual a cinco anos (49.540 unidades), aponta a nova edição do Estudo de Mercado Residencial 2023 da Savills Portugal, que destaca os resultados alcançados no ano 2022, assim como os fatores de mudança e tendências esperadas para 2023 para as regiões de Lisboa, Porto e Algarve.
A cidade de Lisboa contabilizou a maior fatia de transações na Área Metropolitana de Lisboa no ano transato, com aproximadamente 11.300 casas vendidas, seguida pelos municípios de Sintra, Setúbal e Cascais. Nos últimos anos, Oeiras e Cascais têm-se assumido como zonas naturais de expansão do mercado residencial de Lisboa.
32% das unidades residenciais disponíveis para comercialização
De acordo com o pipeline levantado pela Savills, são esperados mais de 4.500 novos fogos residenciais nos próximos dois anos no município de Lisboa, considerando apenas projetos em estado de construção atual. Ainda assim, é importante sublinhar que, à data de publicação deste relatório, apenas 32% das unidades residenciais estão disponíveis para comercialização, ou seja somente 1440 fogos residenciais estão à venda.
A Zona Prime (Avenida da Liberdade e Chiado) e o Lumiar contabilizam o maior número de fogos novos. Em 2022, os preços médios de venda de imóveis novos na Área Metropolitana de Lisboa registaram um decréscimo de quase 7% face aos preços de 2021, fechando o ano em 5.399 €/m², valor que significa uma maior estabilização e abrandamento do ritmo de crescimento face aos anos anteriores, enquanto os preços médios de venda de imóveis usados aumentaram cerca de 5%, fixandose em 3.225 €/m². Já no segmento de luxury (5% propriedades mais caras) uma análise efetuada, desde o ano 2011, revela que os preços pedidos no segmento novo se situavam em 5.000 €/m².
Portugal mantém posição privilegiada enquanto destino atrativo para os estrangeiros
No final de 2022, o investimento residencial estrangeiro ascendeu aos 3.6 mil milhões de euros, num total de 10.722 propriedades vendidas. Esta sólida procura assenta nos fortes fundamentos de mercado como segurança, clima e condições de vida, também agora alicerçada na crescente transição para a economia digital, aponta a Savills.
De acordo com o “Savills Executive Nomad Index”, citado no estudo, Lisboa foi considerada a melhor cidade do mundo para nómadas digitais, ultrapassando cidades como Miami, Dubai e Barcelona. França, Reino Unido, Brasil, China e Estados Unidos da América têm liderado as tabelas de vendas.
«Olhando para o número de compradores internacionais que investem em Portugal, os mesmos poderão representar a nível global cerca de 15% do mercado. No entanto, se olharmos apenas para o mercado high end, onde nos posicionamos, os clientes estrangeiros representam mais de 50% das transações efetudas, um valor que se deverá manter. Este tipo de investidor não sente, naturalmente, o impacto da inflação e da subida das taxas de juro da mesma forma e continua a considerar o nosso mercado como um dos mais atrativos», enfatiza Miguel Lacerda, Lisbon Residential Director, Savills Portugal.