Apesar do contexto económico, as rendas médias do mercado de arrendamento residencial de segmento alto continuam a ter uma boa performance a nível global, e Lisboa lidera nas subidas, com um aumento de 13,9% entre dezembro de 2022 e junho de 2023.
De acordo com o estudo “Savills Prime Residential World Cities Index”, Lisboa registou não só a maior subida do conjunto no semestre como também a maior subida homóloga, de 32,7%, face a junho de 2023.
No semestre, também Singapura e Berlim se destacaram com as subidas mais fortes, de 13,6% e 9,2%, respetivamente. Por exemplo em Madrid, as rendas prime subiram 2,9% face a dezembro de 2022, 1,9% em Londres, 1,6% em Nova Iorque ou 0,2% em Paris. Miami, São Francisco ou Shenzhen registaram descidas de -0,1%, -0,3% e -3,7%, respetivamente.
A nível global, as rendas deste segmento de mercado subiram 2,6% nas 30 cidades analisadas pela Savills nos primeiros seis meses deste ano.
Por outro lado, a Savills destaca que os mercados de Lisboa ou Singapura registaram «ritmos de subida dos preços significativos» nos últimos 18 meses, superiores a 40%, explicados «com o influxo de inquilinos estrangeiros, que impulsionou a procura por habitação prime». Já em Berlim, onde este mercado registou uma subida de 9% nas rendas, o grande impulso vem do mercado doméstico de segmento alto.
A yield bruta média no conjunto dos 30 mercados manteve-se relativamente estável nos cerca de 3% neste primeiro semestre do ano. Dubai, Los Angeles e Nova Iorque continuam a ser as cidades com yields mais elevadas, pouco abaixo dos 5%. Em junho, a prime yield das rendas em Lisboa fixava-se nos 2,1%.
Paul Tostevin, Head of Savills World Research, comenta em comunicado que «olhando para o futuro, esperamos que as rendas continuem a crescer acima da valorização dos ativos durante o resto de 2023, e no médio prazo, porque a oferta continua a ser escassa, a par do aumento da procura». Até ao final do ano, as rendas «deverão registar crescimentos positivos na maior parte das cidades deste index».
Para o responsável, «a oferta deverá continuar a ser limitada em muitas cidades do mundo. Vários fatores, como a subida dos custos de construção, os desafios da promoção imobiliária ou o aumento do custo da dívida contribuem para limitar a disponibilidade de ativos prime, e colocam mais pressão de subida nas rendas», completa este responsável.