Habitação: Preços sobem 10,1% e transações quebram 6,6%

Habitação: Preços sobem 10,1% e transações quebram 6,6%

Segundo o INE, a variação trimestral foi de 3,2%, sendo que o aumento dos preços foi mais intenso no caso das habitações novas (+ 4,1%) do que nas existentes.

Entre abril e junho foram transacionadas 42.590 habitações em Portugal, menos 6,6% que no período homólogo, num valor de 6.100 milhões de euros, menos 1,9% face ao segundo semestre de 2018 e menos 0,9% na variação em cadeia. Esta é a primeira quebra homóloga nas transações observada desde o primeiro trimestre de 2013, ressalva o INE. Os fogos usados representaram 85,7% das transações e 4.900 milhões de euros.

Luís Lima, presidente da APEMIP, comenta estes números, afirmando que o «arrefecimento» do mercado «não é uma surpresa, (…) deve-se sobretudo à diminuição do stock disponível. Há poucas casas no mercado, e muitas das que existem não correspondem às necessidades e possibilidades das famílias portuguesas».

Alertando para a necessidade de reajuste dos preços, afirma que «há muitos proprietários que têm à venda cobre ao preço do ouro, convencidos de que tudo se vende, mas não é bem assim. Os potenciais compradores, mesmo os estrangeiros, começam a ser mais cautelosos e a pensar duas vezes antes de avançar com o negócio. Há que haver algum realismo e ajustar os preços à realidade do mercado e do ativo que se tem a carteira».

Mas ressalva que «tal só acontece porque há falta de casas no mercado. É cada vez mais gritante a necessidade de introduzir stock novo, dirigido para as classes média e média-baixa. Só assim se poderá aliviar preços e dar resposta às necessidades da procura, e não adianta dizer que há muitas casas vazias se estas se localizam onde não há procura», conclui.