Federação Académica do Porto alerta para falta de alojamento estudantil

Federação Académica do Porto denuncia grave crise no acesso à habitação.
Fotografia de peoplecreations, Freepik.

O início do ano letivo 2024/2025 está a ser marcado por uma grave crise no acesso à habitação, com o custo do alojamento a atingir preços insustentáveis, alerta a Federação Académica do Porto (FAP), numa nota publicada no seu site oficial.

Segundo o Observatório do Alojamento Estudantil, um quarto no Porto custa, em média, 387 euros. Encontrar alojamento é o maior desafio dos 24 mil estudantes deslocados do Porto, depois de saberem se entraram no Ensino Superior, alega a FAP. Atualmente, o valor do metro quadrado dos quartos para estudantes no Porto ronda os 32 euros, sendo a área de cerca de 12 metros quadrados.

Neste sentido, de forma a denunciar a situação e chamar a atenção para um problema que afeta milhares de famílias em Portugal, a Federação Académica do Porto colocou dois outdoors junto ao Pólo Universitário da Asprela e à Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, onde se podem ler mensagens como «com quartos para estudantes a 500 euros, só nos resta viver debaixo da ponte» e «se este outdoor fosse um quarto custava 770 euros por mês».

A falta de camas não deveria ser resolvida «de um mês para o outro», sublinha a Federação Académica do Porto, uma vez que existe, desde 2018, um Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES) que deve ser cumprido. A implementação desse plano deve ser concluída até 2026, mas das 18 mil camas previstas, apenas mil foram finalizadas.

As medidas aprovadas em maio pelo Conselho de Ministros para o alojamento estudantil não garantem alojamento estudantil a todos os estudantes deslocados pois, para a FAP, «só o aumento estrutural da oferta de camas irá diminuir a pressão da procura e estabilizar os preços».

Nesse sentido, a Federação Académica do Porto apela às Instituições de Ensino Superior para que aproveitem totalmente e esgotem a linha de financiamento de 7 milhões de euros disponibilizada pelo Governo no Eixo 2 das Medidas para a Juventude, aumentando a oferta de camas em parceria com entidades públicas, privadas e do setor social.