Expetativas de vendas de habitações em resorts em máximos de 3 anos

Expetativas de vendas de habitações em resorts em máximos de 3 anos
Fotografia de Freepik.

As expetativas dos operadores em relação ao volume de transações de casas em resorts estão em máximos de 3 anos, o que representa um forte aumento da confiança no desempenho do mercado. É o que revela o mais recente relatório “Portuguese Resorts Market Report”, produzido pela Confidencial Imobiliário em parceria com a Associação Portuguesa do Turismo Residencial e Resorts.

Além da melhoria da conjuntura macroeconómica, estas perspetivas mais otimistas são também influenciadas pela recuperação das vendas no mercado residencial. Em relação aos preços, os operadores não alteraram as suas expetativas, com a perceção geral de que os valores dos resorts se irão manter estáveis.

Este otimismo agora revelado surge depois de um primeiro semestre marcado por uma redução da atividade transacional no mercado de resorts, com uma queda acentuada das vendas deste tipo de habitação face ao semestre anterior. Tal terá sido um efeito do final dos regimes de incentivo ao investimento estrangeiro, nomeadamente os Vistos Gold, uma vez que, a par da redução do número de transações, se observou também uma redução do leque de nacionalidades ativas na maioria dos destinos.

Entre janeiro e junho, nos resorts situados na Costa Atlântica, o investimento estrangeiro foi dominado por brasileiros, em contraste com o 2º semestre de 2023, onde contabilizaram compradores de 9 nacionalidades. Pelo contrário, o eixo Albufeira-Loulé, que é o destino de resorts mais consolidado, aumentou o número de nacionalidades compradoras, passando de 5 no 2º semestre de 2023 para 8 no 1º semestre de 2024.

Os britânicos são os principais compradores estrangeiros de resorts nesta geografia, mas reduziram a sua quota de 62% para 47% entre os dois semestres em análise.

No 1º semestre deste ano, os preços de venda da habitação em resorts apresentaram uma subida de 5,9% face ao 1º semestre de 2023. Após um ciclo de fortes subidas que levou os preços a atingirem um aumento homólogo recorde de 26,6% no 1º semestre de 2023, os níveis de valorização dos resorts seguem agora a tendência geral do mercado residencial, possivelmente em resultado dos patamares de preço já atingidos neste mercado em particular.

De destacar também o reforço dos preços na gama alta, reflexo do maior influxo de fogos novos. No 1º semestre de 2024, o valor das casas nos resorts de luxo aproximou-se dos 11.000 euros por metro quadrado, superando pela primeira vez os 10.000 euros por metro quadrado em todas as quatro regiões monitorizadas e variando entre um mínimo de 10.450 euros por metro quadrado no Sotavento do Algarve e um máximo de 12.250 euros por metro quadrado na Costa Atlântica, o eixo litoral que se estende da região Oeste à Costa Alentejana.

Segundo Pedro Fontainhas, Diretor Executivo da Associação Portuguesa do Turismo Residencial e Resorts, «os resultados deste relatório confirmam que permanece o interesse contínuo de investidores, tanto nacionais quanto internacionais, pela compra de habitações em resorts em Portugal. Apesar do 1º semestre de 2024 ter sido marcado pelo abrandamento do mercado, devido essencialmente ao fim dos Vistos Gold decidido pelo anterior governo, vemos agora sinais positivos traduzidos pelas previsões de vendas de habitações em resorts nos nossos associados, que se encontram em máximos de 3 anos. As expectativas para o resto do ano são muito auspiciosas, antecipando-se que o mercado continue a prosperar, com uma valorização contínua das propriedades em áreas como o Algarve e o Alentejo, que continuam a captar o interesse dos investidores nacionais e internacionais. A excelência dos resorts portugueses é já reconhecida em todo o mundo, e estes empreendimentos afirmam-se cada vez mais como locais de eleição para adquirir um imóvel para investir ou viver».

Para Ricardo Guimarães, Diretor da Confidencial Imobiliário, «o mercado residencial, como um todo, passou nos últimos dois anos por um período de claro arrefecimento, essencialmente decorrente do impacto do aumento dos juros e da inflação. Houve menos vendas e uma descida no ritmo de valorização. Mais recentemente, a melhoria macroeconómica registada tem levado à retoma do mercado, observando-se novamente um aumento das vendas. No caso dos resorts, acaba por se observar o mesmo tipo de comportamento, sendo de esperar uma clara retoma da procura, tal como acontece no mercado em geral».