As taxas Euribor, que têm impacto direto nas prestações dos créditos à habitação, estão a registar uma tendência de descida após os picos verificados em 2022 e 2023. A Euribor a 12 meses aproxima-se agora dos 3%, enquanto as taxas a três e seis meses também estão a cair, com previsões de atingir este nível até ao final do ano.
Com esta descida, a predominância das taxas mistas nos contratos de crédito à habitação começa a ser posta em causa, conforme avança o jornal Público, citado pelo Executive Digest. Este tipo de taxa, que combina um período inicial de taxa fixa com uma componente variável posterior, tem sido a escolha preferida dos clientes, representando mais de 70% dos contratos celebrados recentemente.
No entanto, a perspetiva de que a Euribor possa descer para menos de 2,5% até 2025 levanta dúvidas sobre a eficácia desta modalidade, especialmente em contratos onde a taxa fixa é aplicada apenas por dois ou três anos, revela o mesmo meio.
A opção por taxas fixas, que oferecem previsibilidade no custo do crédito, tem vindo a perder atratividade, em parte devido ao período curto de fixação em muitos contratos. No ano transato, o período médio de fixação inicial da taxa de juro reduziu-se para cinco anos, uma queda significativa face a 2022. As taxas variáveis, outrora dominantes, também têm perdido terreno, representando atualmente apenas 20,9% dos novos contratos.
A descida das taxas Euribor reflete as expectativas de cortes nas taxas de referência do Banco Central Europeu (BCE), sendo que a primeira redução já ocorreu em junho passado. O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, afirmou recentemente que o BCE enfrenta uma decisão crucial sobre o rumo das taxas de juro, especialmente tendo em conta a crescente fragilidade da economia da zona euro e o ritmo lento na redução da inflação.