Arrendamento coercivo de devolutos “não vai acontecer” em Lisboa

Filipa Roseta, vereadora do Município de Lisboa, discursa na 6ª edição do Portugal RE Summit.
Filipa Roseta, vereadora do Município de Lisboa, numa intervenção na 6ª edição do Portugal RE Summit.

Filipa Roseta, vereadora com o pelouro da habitação de Lisboa, declarou que o arrendamento coercivo de imóveis devolutos, medida prevista no Programa Mais Habitação, «não vai acontecer» em Lisboa, adiantando que «a nossa prioridade é execução do PRR», em entrevista ao Público.

A vereadora refere que a medida prevista no pacote da habitação seria fonte de conflitos com privados e de problemas para os seus serviços, «vai parar tudo em tribunal, vai ser toda a gente a protestar com toda a gente», frisa Filipa Roseta.

Em entrevista ao mesmo meio, a governante assinala que «há outras medidas que são mais problemas do que soluções. Não sei o que é que eles estão a imaginar. Somos o maior senhorio do país. Temos 23 mil fogos municipais e destes cerca de 13 mil precisam de intervenções de reabilitação. Imagine o que isto é. Um senhorio que tem 13 mil fogos a precisar de intervenção, ainda vai entrar em casa dos outros para resolver problemas. Já viu o absurdo que isto é?».

Missão de “pôr o património da câmara ao serviço das pessoas”

A vereadora com o pelouro da habitação de Lisboa assume que a sua missão é a de «pôr o património da câmara ao serviço das pessoas». «Essa é a nossa missão, é aqui que devemos ter o nosso foco. Tudo o resto vai desfocar a nossa engrenagem», sublinha Filipa Roseta.

A vereadora reforça que toda a energia dos seus serviços deve estar centrada na aplicação dos fundos do PRR, quer a recuperar imóveis degradados do parque habitacional municipal, quer a projetar mais prédios para os disponibilizar a quem deles mais precisa.