Algarve: procura de casas é sete vezes superior à nova oferta

Algarve: procura de casas é sete vezes superior à nova oferta

O Algarve consolida-se como um dos principais destinos de investimento imobiliário no país, registando nos últimos dez anos uma procura residencial sete vezes superior à nova oferta que surge no mercado. Esta é uma das conclusões apresentadas pela JLL num evento que deu a conhecer os principais indicadores de desempenho do imobiliário na região e os fatores que colocam o Algarve no mapa do investimento imobiliário, quer de portugueses, quer de estrangeiros.

Nos últimos dez anos, por cada casa nova concluída na região, foram vendidas sete casas, numa média anual de 1.500 habitações concluídas para 10.300 transacionadas, aponta a consultora, adiantando que o Triângulo Dourado, que abrange os concelhos de Loulé e Albufeira, é o eixo geográfico onde esta diferença é mais acentuada, com oito fogos vendidos para cada novo fogo concluído no mesmo período. De acordo com informação disponibilizada pelo INE, foram vendidas 35.400 casas no Triângulo Dourado, por um valor aproximado de 8.000 milhões de euros, ao passo que se concluíram apenas 4.300 casas novas.

«Esta excelente dinâmica da procura imobiliária no Algarve é impulsionada não só pelo investimento para segunda habitação e turismo residencial, mas também pela expansão das necessidades de primeira habitação e o crescimento da população estrangeira. No contexto de perda de população que o país teve na última década, o Algarve não só foi uma das únicas regiões a registar crescimento da população como foi aquela onde esse aumento foi maior», sublinha Joana Fonseca, Head of Strategic Consultancy & Research da JLL.

Os residentes estrangeiros foram um dos motores para o aumento populacional verificado no Algarve, nos últimos anos: cresceram 31% nos últimos dez anos, totalizando atualmente 67.900 pessoas, ou seja, 14% de toda a população sediada na região. Entre estes, a JLL destaca a comunidade de residentes naturais do Reino Unido e Irlanda (20% do total dos estrangeiros a residir no Algarve).

Além deste reforço dos estrangeiros é também visível a dinâmica da procura internacional para segunda habitação e/ou investimento, já que 26% das casas compradas no Algarve em 2022 foram adquiridas por não residentes, os quais geraram 38% do valor movimento em habitação na região. O mercado imobiliário do Algarve tem, também, sido alvo de uma forte valorização, com o preço médio de venda das casas a situar-se atualmente em 307.500 euros, atingindo os 395.100 euros na habitação nova e os 286.600 euros na usada.

“O produto novo que surge no mercado é de elevada qualidade”

Para Patrícia Barão, Head of Residential da JLL, «embora o ritmo de reposição de nova oferta seja bastante inferior à capacidade da procura, como nos mostram os números, o produto novo que surge no mercado é de elevada qualidade, com uma forte componente de moradias e de habitações de várias tipologias inseridas em resorts integrados», acrescentado que «os britânicos continuam a ser predominantes entre os estrangeiros, mas há uma crescente diversificação de nacionalidades ativas na compra, bem como o alargamento dos seus alvos de interesse. Vemos compradores de cada vez mais países a comprar casas no Algarve, com destaque para brasileiros, franceses e norte-americanos, além de haver uma procura crescente por cidades menos conhecidas internacionalmente, especialmente no Sotavento».

Joana Fonseca refere que «esta capacidade de atração renovada do Algarve deve-se aos seus atributos naturais, arquitetónicos, culturais e gastronómicos, claro, mas também ao facto de ser uma região que tem apostado no desenvolvimento e num posicionamento cada vez mais diferenciado».

“O Algarve deve ser cada vez mais uma oportunidade a ter em conta para promotores e investidores imobiliários”

Pedro Lancastre, CEO da consultora, enfatiza que «o Algarve deve ser cada vez mais uma oportunidade a ter em conta para promotores e investidores imobiliários, nomeadamente para a criação de nova oferta. Da parte da JLL, temos esse sentimento bem presente, pois recebemos cada vez mais solicitações para identificação de oportunidades de investimento junto da nossa equipa presente na região. É uma aposta ganha».