Rendas “prime” crescem a nível global, e Portugal não é exceção

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As rendas de escritórios prime continuam a subir, e terão aumentado cerca de 3% nos 12 meses terminados no segundo trimestre de 2024, mostra o relatório “Prime Office Costs”, da Savills.

Em paralelo, os custos efetivos líquidos dos inquilinos, que consideram a renda e os custos de adaptação, subiram 3,8%, à medida que se mantém a tendência estrutural de procura de espaços de escritório premium de alta qualidade.

Neste período, a zona de West End, em Londres, Hong Kong e Midtown, em Nova Iorque, continuaram a ser as três localizações mais caras dos 35 mercados analisados pela Savills. Madrid surge em 28º lugar, com valores acima de Toronto, Houston ou Frankfurt.

Este estudo mostra também que, a nível global, os maiores inquilinos que alteraram os seus requisitos no primeiro semestre de 2024 continuaram a expandir ou a manter a área ocupada. O relatório complementar "Market Makers" da Savills, que analisa os 10 principais negócios de inquilinos de escritórios prime por tamanho nas mesmas 35 cidades, concluiu que apenas 6% desses negócios envolveram empresas que diminuíram a sua área de escritórios, enquanto 94% optaram por ampliar ou renovar o seu dimensionamento atual.

Continuam a ser as empresas tecnológicas a dominar a ocupação de escritórios, responsáveis por 19% do total, com o maior número de novas configurações e negócios de expansão e relocalização.

Falta de oferta vai sustentar subida das rendas em Portugal

Portugal não escapa a esta tendência, nomeadamente Lisboa e Porto. Frederico Leitão de Sousa, Head of Offices da Savills, dá nota de que «em Portugal, as rendas prime continuarão a crescer devido a dois fatores principais: a tendência de ‘flight to quality’ e a falta de oferta de qualidade nas zonas centrais, onde a taxa de disponibilidade é de cerca de 5%».

Segundo o responsável, «este crescimento é sustentado pelos sólidos fundamentos do nosso mercado, que é considerado "um bom local para investir, mas também um ótimo lugar para viver e aproveitar" (7º em Qualidade de Vida no Expat Insider 2024). Todos estes fatores pressionam os valores das rendas nas zonas prime, aumentando não só as rendas médias e prime, mas também afetando as áreas adjacentes do mercado de escritórios».

Procura pelo prime vai manter-se

Rick Schuham, CEO of Global Occupier Services da Savills, comenta em comunicado que «os relatórios Prime Office Costs e Market Makers da Savills mostram o contínuo trajeto para o prime e a resiliência dos mercados globais de arrendamento de escritórios "top tier". Muitas empresas continuam a investir e, em muitos casos, a expandir o espaço dos seus escritórios, essencial para as suas operações comerciais, com ênfase na qualidade, apesar do aumento dos custos e da incerteza económica».

Em paralelo, «as renovações simples aumentaram em relação ao nosso último relatório semestral, de 16% no segundo semestre de 2023 para 24% no primeiro semestre de 2024, o que pode refletir preocupações sobre empréstimos mais elevados e custos de adaptação, ou simplesmente a falta de opções super-prime de alta qualidade em alguns mercados».

Kelcie Sellers, Associate Director, Savills World Research team, explica que «olhando para o segundo semestre de 2024, esperamos uma ida contínua para espaços prime. No entanto, o aumento dos custos de adaptação e a incerteza macroeconómica poderão pairar no pano de fundo das decisões imobiliárias num futuro próximo. As concessões aos proprietários provavelmente continuarão a favorecer os inquilinos em mercados onde a disponibilidade permanece elevada, mas em mercados com oferta limitada, esperamos que as concessões comecem a cair e as rendas aumentem», prevê.

As rendas dos escritórios prime são agora, em média, 31,4% superiores às dos escritórios “Grade A” em vários mercados, com os Estados Unidos a registar o gap mais elevado, de 62,5%.