Nos primeiros três meses do ano, foram ocupados 73.700 m² de área de escritórios em Lisboa, volume que supera em quase quatro vezes os 19.300 m² negociados no mesmo período de 2023. Já no Porto, a ocupação nos primeiros três meses deste ano ascendeu a 18.000 m², mais que duplicando os cerca de 7.700 m² tomados no trimestre homólogo. Em termos trimestrais, a ocupação cresceu 82% em Lisboa e 91% no Porto. Os dados são divulgados pela JLL no âmbito do seu relatório mensal de análise a este setor, o Office Flashpoint.
A atividade de Lisboa no trimestre foi marcada pela realização de duas operações de grande dimensão, as quais, em conjunto, correspondem a 59% da área ocupada. Designadamente a aquisição de 26.700 m² pela Caixa Geral de Depósitos no edifício Well Be, no Parque das Nações, e de 17.000 m² por uma entidade não divulgada no edifício Álvaro Pais 2, na Novas Áreas de Escritórios.
No trimestre em análise, concretizaram-se 41 operações de ocupação de escritórios em Lisboa, das quais 9 envolveram áreas superiores a 1.000 m². No 1º trimestre, o Parque das Nações, com 39% do take-up, foi a zona mais dinâmica, seguida pela Novas Áreas de Escritórios, com 35% do total. Em termos de procura, há uma clara evidência das empresas de Serviços Financeiros, em reflexo de algumas das maiores operações do trimestre, ao gerarem 65% de toda a actividade.
No Porto, assinala-se também a reativação das operações de grande dimensão este ano, com 6 das 22 transações do trimestre a envolverem áreas superiores a 1.000 m². Mais recentemente, em março, evidenciam-se as transações de 4.000 m² ocupados por uma empresa no Matosinhos Office Center, bem como de outros 3.000 m² pela Alten no Sousa Aroso 959, este último um negócio também mediado pela JLL. No trimestre em questão, foi a zona de Matosinhos que mais se evidenciou, com uma quota de 43% da ocupação registada no Porto. Do lado da procura, foram as empresas de TMT’s & Utilities a grande alavanca do mercado de escritórios no Porto, com 59% do take-up acumulado.
Sofia Tavares, Head of Office Leasing, da JLL, comenta que «os resultados do 1º trimestre deixam-nos bastante animados para as projeções do ano. O Porto, mantendo níveis de atividade inferiores a Lisboa, tem uma dinâmica saudável e bons índices de procura. Em Lisboa, mesmo se anularmos o efeito das duas grandes transações, que naturalmente não constituem um padrão habitual do mercado, teríamos uma ocupação do trimestre à volta dos 30.000 m2 . Isso traduz um crescimento homólogo superior a 50%, o que é um excelente indicador da atividade da procura. Se mantivermos este ritmo, vamos repor a atividade para os níveis médios de transação habituais do mercado, invertendo a quebra do ano passado».