Mercado de escritórios em Lisboa e no Porto mantém-se retraído

Mercado de escritórios em Lisboa e no Porto mantém-se retraído
Fotografia de Freepik.

A atividade no mercado de escritórios em Lisboa manteve-se contida nos primeiros cinco meses deste ano, com um total de 66.600 m² de absorção, segundo o mais recente Office Flashpoint da JLL.

Este nível de atividade traduz a realização de 57 operações com uma área média de 1.168 m², destacando-se no período em análise a zona do CBD, que concentra 64% da área absorvida, e as empresas de serviços financeiros, responsáveis por gerar 50% do take-up. Em relação ao mesmo período do ano passado, a absorção exibe um decréscimo de 44%, comparando com os 118.500 m² ocupados nos primeiros cinco meses de 2024.

Bernardo Vasconcelos, Head of Office Leasing da JLL, salienta que “existem diversos aspetos na base da redução da atividade no mercado de escritórios. As empresas estão efetivamente mais cautelosas nas suas decisões, num clima de algum arrefecimento da economia, mas há também vários desafios da parte da oferta que acabam por condicionar a absorção, já que os requisitos da procura são diferentes atualmente”.

O responsável acrescenta que “além de se pretenderem espaços modernos, tecnológicos e sustentáveis, com os novos modelos de trabalho e progressivo regresso dos colaboradores ao escritório físico, a centralidade e a localização estratégica voltaram a ser determinantes. Isso é visível na atividade deste ano, pois quer em Lisboa quer no Porto, são as zonas do CBD que mais contribuíram para a absorção. A oferta disponível que consegue responder a todos este requisito das empresas é limitada, o que acaba por manter a absorção sob pressão. Prova de que este desequilíbrio continua a ser um fator de restrição do crescimento do mercado é o facto de as rendas manterem trajetórias positivas apesar da quebra no take-up”.

6.000 m² ocupados no Porto

Já no Porto, o cenário é especialmente anémico, dado que a absorção acumulada de cinco meses deste ano se situa em 6.000 m², registando-se 17 operações com uma área média de 354 m². No mesmo período de 2024, o mercado de escritórios do Porto registava 27.150 m² de ocupação, atividade face à qual o ano 2025 apresenta uma quebra de 78%. Entre janeiro e maio deste ano, 38% da ocupação a localizar-se o CBD Baixa e os setores de “Serviços a Empresas” e de “Serviços Financeiros” a gerarem, respetivamente, 25% e 24% da atividade cada.

Analisando apenas o mês de maio, regista-se uma absorção de 12.830 m² em Lisboa e de 1.530 m² no Porto, ambos com quebra face ao mesmo mês de 2024 (de -39% e -74%, respetivamente). O mercado de Lisboa contabilizou 12 operações, sendo o CBD a zona mais ativa, com 48% do take-up, e as “TMT’s & Utilities” as empresas mais dinâmicas, gerando 50% da área ocupada.

No Porto, a absorção foi dominada pelo setor de “Serviços a Empresas”, com 50% da área ocupada, sendo liderada por Matosinhos, onde se concentrou 62% do take-up. Neste mês, o mercado de escritórios do Porto registou 4 operações.