Nos primeiros seis meses do ano, o mercado de escritórios da capital registou uma absorção de 84.000 m², ou seja, -34% em relação aos 127.000 m² contratados no período homólogo, voltando a reduzir a diferença de desempenho face a 2024.
O mais recente Office Flashpoint da JLL refere que o diferencial agora apurado apresenta uma assinalável recuperação relativamente à quebra homóloga de 80% registada pelo mercado no fecho do 1º trimestre de 2025.
Já no Porto, a tendência é idêntica, mas o progresso é mais lento e a base de atividade do mercado permanece em níveis baixos.
No final do 1º semestre, a ocupação de escritórios neste mercado apresentava uma redução de 68% face ao período homólogo, desagravando face à quebra de 84% observada no 1º trimestre. Contudo, o take-up dos primeiros seis meses do ano soma apenas 9.100 m².
Bernardo Vasconcelos, Head of Office Leasing da JLL, comenta que “apesar de a atividade se manter inferior a 2024, o mercado de Lisboa teve uma forte recuperação no 2º trimestre do ano, quando foi gerada 81% da ocupação semestral e com um resultado que está 27% acima do 2º trimestre de 2024. Trata-se de uma curva de crescimento muito expressiva, o que abre perspetivas positivas para a segunda metade do ano. É expectável que o 2º semestre iguale a ocupação destes primeiros seis meses, aproximando o mercado à média anual dos últimos 10 anos”.
Quanto ao Porto, Bernardo Vasconcelos, acrescenta que “acreditamos que este mercado acompanhará a a tendência de Lisboa, com o 2º trimestre a acelerar e contribuir com 68% da atividade no semestre, mas permanece ainda muito pressionado em termos da área absorvida. É sobretudo uma questão de falta de dinâmica atual das procuras existentes, mas de cariz temporário, dado que as rendas se mantêm estáveis”.
70 operações de ocupação de escritórios em Lisboa
No primeiro semestre, foram realizadas 70 operações de ocupação de escritórios em Lisboa, somando 84.000 metros quadrados, dos quais 67.800 negociados entre abril e junho. Neste período do 2º trimestre, a ocupação mais que quadruplicou face ao trimestre anterior e cresceu 27% face ao trimestre homólogo.
A ocupação do 1º semestre traduz uma área média por operação de 1.198 m², um indicador que tem vindo a fortalecer-se ao longo do ano, comprovando que a procura continua a direcionar-se para áreas de grande dimensão. No 1º semestre, a zona do CBD foi a mais procurada, gerando 52% da área ocupada em Lisboa, enquanto as empresas de Serviços Financeiros foram as mais dinâmicas na tomada de espaço, concentrando 40% do take-up semestral.
Em termos mensais, o mercado de Lisboa alcançou uma absorção de 17.000 m2 em junho, apesentando um crescimento de 26% face a maio e de 94% face a junho de 2024. A totalidade dos negócios foi para ocupação imediata e destaca-se neste mês a colocação da Teleperformance em 6.490 m2 do Oriente Green Campus, uma operação concretizada pela JLL.
O Parque das Nações, com uma quota de 49% do take-up mensal, foi a zona mais dinâmica em junho, e o setor de Serviços a Empresas, com uma quota de 70%, a franja de procura mais ativa.
22 negócios realizados no Porto
No Porto, a atividade semestral traduz a realização de 22 negócios, com uma área média de 415 m². Dos 9.100 m² contratados no 1º semestre, 6.100 m² dizem respeito a operações concretizadas no 2º trimestre.
Neste período de seis meses, as zonas do CBD Boavista, CBD Baixa e Matosinhos foram as mais dinâmicas, com quotas de 20% a 25% cada da atividade semestral, ao passo que no perfil da procura se evidenciam as empresas de TMT’s & Utilites, responsáveis por 29% da absorção até junho.
Os dados mensais de junho mostram um nível de atividade mais dinâmico, com 3.100 m² tomados neste mês, duplicando quer em termos mensais quer homólogos. A zona mais ativa no mês foi o eixo Outros Porto, com 39% do take-up, e o setor de procura mais dinâmico foi o de TMT’s & Utilites, com 52% da área tomada.
 
                      
                       
              