O escritório voltou a ganhar protagonismo. Segundo o Global Office Fit-Out Cost Guide 2025, divulgado pela JLL, as empresas estão a recentrar a sua estratégia imobiliária nos espaços de trabalho físicos, impulsionadas por uma revisão das políticas de trabalho híbrido e pela necessidade de criar ambientes mais adaptados às novas dinâmicas de trabalho.
Num contexto marcado pela incerteza económica e geopolítica, o relatório aponta para um otimismo moderado: 59% das empresas a nível global planeiam aumentar o investimento em design e reconfiguração dos seus espaços nos próximos cinco anos.
Lisboa e Porto estão a alinhar-se com a tendência global que devolve protagonismo aos escritórios nas estratégias imobiliárias das empresas. Muitas empresas estão a reavaliar os seus espaços de trabalho, não necessariamente aumentando a área, mas focando-se na qualidade, versatilidade e sustentabilidade dos ambientes. O foco está em proporcionar experiências que promovam a colaboração, o bem-estar e a atração e retenção de talento.
“Portugal acompanha esta tendência, com uma procura crescente por soluções de fit-out personalizadas mais eficientes, sustentáveis e adaptados a novos modelos de trabalho, sobretudo nas zonas de Lisboa e Porto”, comenta Carlos Cardoso, CEO da JLL Portugal e Managing Director Tétris Portugal. “Apesar das especificidades do nosso mercado, os desafios como os custos de construção, escassez de materiais e exigência crescente em matéria de sustentabilidade são igualmente sentidos”, acrescentou.
A edição de 2025 do guia da JLL, que analisou 68 cidades em 40 países, revela ainda que os custos médios de fit-out variam significativamente entre regiões e dependem de fatores como regulamentação local, design, materiais e mão de obra. A nível global, os custos médios situam-se nos 1.830 dólares por metro quadrado, com destaque para a América do Norte, onde o valor médio ultrapassa os 3.000 dólares/m².
Em Portugal, esta realidade não é exceção: os custos de construção e de materiais, associados à escassez de mão-de-obra especializada, têm vindo a pressionar os orçamentos dos projetos, obrigando empresas e investidores a ter uma definição clara do seu projeto, para que o mesmo seja desenvolvido em conformidade com os requisitos pretendidos.
Empresas exigem espaços de trabalho mais sustentáveis
O relatório sublinha ainda o crescimento da procura por soluções sustentáveis, com 60% dos mercados a reportar aumento nas exigências dos clientes. Em Portugal, onde a certificação energética e ambiental tem vindo a ganhar relevância, as empresas procuram cada vez mais integrar soluções de eficiência energética logo na fase de projeto, de forma a reduzir os custos operacionais futuros.
“O regresso ao escritório não é apenas uma resposta às novas dinâmicas laborais; é também uma oportunidade de reimaginar os espaços, reforçando a atratividade, bem-estar e performance dos colaboradores”, acrescenta Carlos Cardoso.