Julho mostra “sinais encorajadores de recuperação no mercado de escritórios”

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O mês de julho foi de recuperação para os escritórios, nomeadamente em Lisboa. Este mercado registou uma ocupação de 5.655 metros quadrados, mais 78% que no mês anterior.

Este valor represente ainda uma descida de 69% face a igual mês de 2022. Na análise da JLL, reflete «o efeito das condições macroeconómicas e das tendências de mercado».

Em julho, foram registadas 10 operações de tomada de escritórios, numa área média de 566 metros quadrados por operação. Duas operações envolveram áreas acima dos 1.000 metros quadrados, o que, segundo a JLL, sugere «uma procura contínua por espaços de escritórios de maior dimensão».

O tipo de ocupação predominante em julho foi o subarrendamento de espaços previamente arrendados e com maiores áreas. «A explicação para este tipo de utilização tem a ver com o interesse de empresas que pretendem arrendar, aproveitando a oportunidade e o espaço excedente, para depois subarrendar a terceiros», explica a consultora. Um tipo de operação que «pode indicar uma preferência por flexibilidade e otimização de espaços por parte das empresas. Todas as operações foram marcadas como ocupação imediata de 100%».

No seu relatório Office Flashpoint, a consultora contabiliza 43.976 metros quadrados de escritórios colocados no mercado de Lisboa entre janeiro e julho, uma descida de 76% face ao ano passado, que «sugere uma dinâmica do mercado em evolução, possivelmente relacionada a fatores como mudanças nos modelos de trabalho, oscilações económicas e ajustes de estratégias empresariais».

Ocupação cresce 432% no Porto

No mercado de escritórios do Porto, o crescimento da ocupação foi mais expressivo. Os 11.627 metros quadrados colocados representam uma subida de 126% face a junho, e é cinco vezes superior ao volume registado em julho do ano passado (+432%).

No mês em causa, foram concluídas 8 operações, com uma área média por operação de 1.453 metros quadrados, e uma das operações representou uma área de mais de 1.000 metros quadrados. Assim, o tipo de ocupação predominante foi o arrendamento, com uma taxa de ocupação imediata de 100%, à semelhança de Lisboa.

A zona mais ativa do mês foi a Zona 1 – CBD Boavista, representando 80% da atividade mensal.

No acumulado até julho, a área de escritórios ocupada no mercado do Porto somou os 36.811 metros quadrados, mais 13% que no ano passado.

Interesse contínuo “antecipa cenário promissor”

Sofia Tavares, Head of Office Leasing da JLL, destaca que «os dados de julho continuam a demonstrar sinais encorajadores de recuperação no mercado de escritórios. Apesar dos desafios persistentes, a atividade em Lisboa e no Porto está a ganhar força e dinamismo refletindo a resiliência neste setor. O interesse contínuo por espaços de escritórios de qualidade antecipa um cenário promissor para os próximos meses».