Escritórios flexíveis: um mercado em expansão em Lisboa e Porto

Escritórios flexíveis: um mercado em expansão em Lisboa e Porto

Cada vez mais empresas procuram espaços de escritórios flexíveis em Lisboa e Porto. A flexibilidade de compromisso, os serviços incluídos, a possibilidade de expansão e poupança de custos são os principais drivers das empresas internacionais, e a oferta começa a responder. É o que conclui o relatório “Portugal Flexible Space Trends”, apresentado esta semana pela JLL no Porto.

Carolina Villax, Head of Tenant Representation da JLL, testemunha que “recebemos muitos contactos de empresas que estão à procura de escritórios flexíveis, e atualmente já temos os registos do take up destes espaços. Reunimos e partilhamos os dados dos negócios com todas as consultoras, e assim podemos ter este relatório do mercado”.

Esta procura tem sido particularmente impulsionada pela incerteza económica. Os escritórios flexíveis permitem assinar contratos mais curtos, com áreas mais pequenas, evitando investimentos de grande envergadura por parte das empresas que se relocalizam.

Por outro lado, num mercado muito focado no serviço, esta é uma vantagem dos espaços colaborativos. “Toda a gente quer poupar tempo e garantir a conveniência. As empresas preferem esses serviços, já incluídos nos espaços, em vez de contratar externos”, explica Carolina Villax.

Por outro lado, os escritórios flexíveis são uma boa solução para acolher empresas internacionais, que aqui têm opções para aumentar e ajustar a área e o número de postos de trabalho confirme as suas necessidades. Além disso, permitem maior poupança de custos. 40% dos espaços flexíveis são atualmente ocupados por empresas tecnológicas.  

Segundo a JLL, os players já presentes no mercado estão a aumentar a sua oferta, criando soluções mais espaçosas para grandes empresas. Mas também há novos intervenientes a chegar ao mercado, nacionais e internacionais. Em Lisboa, destaque para a Inscale, Maleo, Wework, We Think Community, Avila Spaces, Regus, Idea ou Monday, entre outros. No Porto, ganham relevo a Maleo, Regus, LACS ou DeHouse.

Atualmente, no mercado de Lisboa, a ocupação média dos escritórios flexíveis ronda os 90% no centro, Zonas 1 e 2 (as mais procuradas). Carolina Villax aponta que “isto também nos diz que não há espaço suficiente para acomodar toda a procura nestas zonas, que às vezes necessita de 30 ou 40 postos de trabalho. Só na JLL registamos uma procura por cerca de 400 working stations. Claro que muitas empresas acabam por ir para outras zonas da cidade, como o Parque das Nações”.

No primeiro semestre deste ano, o take up na cidade foi de 452 postos de trabalho. E a JLL prevê que se superem os 1.415 registados no total do ano passado. Existem hoje cerca de 146.000 metros quadrados de escritórios flexíveis em Lisboa, 20% dos quais criados nos últimos 3 anos. Representam apenas 3% do stock total de escritórios da cidade. Aqui, o preço médio por secretária/posto de trabalho ronda os 400 a 800 euros.

No Porto, a ocupação média dos espaços de escritórios flexíveis ronda os 55%, existindo 31.000 metros quadrados em stock, 1% do total da área de escritórios disponíveis na cidade. Até junho, o take up de postos de trabalho foi de 301, e a JLL regista uma procura ativa de 150 postos de trabalho. O preço médio por secretária é de 200 a 300 euros no Porto.

O relatório conclui, assim, que os espaços de escritórios flexíveis estão a colocar Portugal no mapa, atraindo, principalmente, empresas tecnológicas, que valorizam o trabalho híbrido, a redução do espaço ocupado, flexibilidade e potencial de expansão. O futuro é promissor para o mercado de Lisboa, aguardando-se a expansão dos players atuais e a chegada de novas empresas. Haverá uma ênfase crescente na sustentabilidade, na redução de custos e na otimização e flexibilização das operações, com uma crescente procura por áreas maiores.