A ocupação de escritórios em janeiro ascendeu a 4.100 metros quadrados em Lisboa e 3.100 no Porto. De acordo com o mais recente Office Flashpoint da JLL, estes números sinalizam um «arranque de ano brando para este mercado».
Na capital, o take-up deste primeiro mês contrasta com ritmos médios mensais de 20.000 m² ao longo de 2022. Em Lisboa, a atividade em janeiro traduziu a realização de 11 operações, todas com áreas abaixo dos 1.000 m² e todas para ocupação imediata.
A localização mais ativa neste mês foi a zona 2, CBD, concentrando 33% da ocupação. As empresas de Serviços Financeiros foram as mais dinâmicas, com uma quota de 30% da área ocupada no mês.
No Porto a atual atividade compara com uma ocupação média mensal em 2022 na ordem dos 5.000 m². Na Invicta, o cenário foi um pouco diferente da capital, com 4 operações, sendo que em apenas uma das quais gerou quase 80% da área ocupada.
À semelhança de Lisboa, a quase totalidade da área tomada (94%) foi para ocupação imediata. Matosinhos dominou a atividade mensal (83% do take-up) e o setor de “Construção e Imobiliária” foi o setor de procura predominante (83%), revela o Office Flashpoint da JLL.
“Já se antecipava um início de ano com menor ritmo”
Sofia Tavares, Head of Office Leasing da JLL, conta que «já se antecipava um início de ano com menor ritmo. Desde logo porque, especialmente em Lisboa, 2022 foi um ano excecional em termos de ocupação e com muitas operações de pré-arrendamento, pelo que naturalmente 2023 deverá trazer algum abrandamento à atividade. Além disso, este é um período tipicamente de maior expetativa das empresas em relação ao desenvolvimento do ano, agravado agora pelas projeções económicas negativas. Nos dois primeiros meses do ano é natural assistirmos a um maior tempo de decisão das empresas em relação à mudança ou expansão das suas instalações».
A responsável explica ainda que «não há, contudo, sinais de um abrandamento de procura. As empresas continuam muito ativas na pesquisa de espaços, sendo um dos grandes drivers a busca por um escritório que acolha as novas tendências de trabalho e que seja mais amigo do ambiente e das pessoas. Além disso, continuamos a lidar com um problema de falta de oferta qualificada e imediatamente disponível. Isso vê-se nos dados de janeiro, com a quase totalidade das operações a ser para ocupação imediata».