Antecipa-se, para este ano, que sejam entregues 4,6 milhões de m² de espaço de escritórios, nos 21 mercados europeus que a Savills acompanha. De acordo com a última análise da Savills, estes valores representam um aumento médio de 27% em relação à média histórica.
Barcelona (8,1%), Bucareste (5,7%) e Berlim (5,4%) são as cidades com as maiores percentagens de desenvolvimento especulativo em termos de stock disponível. No entanto, a taxa de disponibilidade em Berlim permanece baixa, em 3,3%, pelo que a cidade está mais protegida no que se refere a novos projetos.
No panorama português, Alexandra Portugal Gomes, Head of Research & Communications da Savills Portugal aponta que «entre 2023 e 2025 está prevista a conclusão de aproximadamente 265.000 m² de novos espaços de escritórios, dos quais 59% já estão pré-arrendados ou destinados a ocupação própria, valores que transmitem claramente não só a forte dinâmica do mercado de escritórios de Lisboa mas também a necessidade de uma aposta maior em reabilitar um maior números de edificios no centro da cidade, tendo agora também em extrema atenção critérios de ESG & Sustentabilidade».
Mike Barnes, Associate Director European Research da Savills, afirma que «nas cidades europeias que monitorizamos, o desenvolvimento especulativo em construção em 2023/24 representa cerca de 2,6% do stock total de escritórios que esperamos ver absorvido até 2024».
"Em 2022, o take up de escritórios europeus atingiu um valor de 2% superior ao da média pré-pandémica; embora estejamos a prever um enfraquecimento da procura em 2023, a concorrência pelo stock prime permanecerá elevada, e qualquer aumento de taxas de disponibilidade será contabilizado através de regresso ao mercado por via secundária», acrescenta o responsável.
A Savills previu que o desenvolvimento de espaços de escritórios totalizasse 5,4 milhões de m² em 2022. No entanto, os últimos dados da consultora internacional mostram que apenas 4,5 milhões de m² foram adjudicados no ano passado.
Simon Collett, Head of Building & Project Consultancy, UK and EMEA, explica que «17% do desenvolvimento de espaços de escritórios europeus com conclusão prevista para 2022 foram adiados para 2023/24 sendo que, dos países analisados, a República Checa, Holanda e Bélgica são os que apresentam as taxas mais elevadas de falta de mão de obra no setor da construção»
«Dados os contínuos atrasos no fornecimento de matérias-primas e de mão-de-obra, juntamente com a incerteza sobre os custos da dívida, é muito provável que as datas de conclusão sejam novamente adiadas. Devido à elevada taxa de disponibilidade nos principais mercados de escritórios da Europa Ocidental, esperamos que os promotores locais procurem remodelar de forma abrangente o stock mais antigo, bem localizado, a fim de captar o aumento dos níveis de arrendamento», adianta o responsável.