O setor de escritórios foi dos mais penalizados no ano de 2023, com um total de 177 milhões de euros investidos, o que representa o mais baixo valor de investimento no setor desde 2013. Quem o diz é o relatório WMarket 2023-2024, desenvolvido pela Worx Real Estate Consultants.
Numa ótica da atividade de ocupação, o mercado de escritórios registou um volume total de 112.474 m² ocupados em Lisboa em 2023, refletindo uma quebra de 59% face a 2022, um ano histórico em volume de procura. O negócio médio reduziu-se dos 1.360 m² de 2022 para 740 m² em 2023, com apenas três transações assinaladas acima dos 4.000 m².
A Área de Expansão (zona 3) foi a mais procurada, tendo atraído mais de 26.000 m² (23% da área total colocada), seguida do Parque das Nações (zona 5), que contabilizou mais de 24.000 m² e 22% da procura total.
A zona CBD revelou-se a mais resiliente perante o cenário de quebra generalizada da procura por espaços de escritórios, tendo absorvido, sensivelmente, a mesma área do ano anterior, ou seja mais de 18.000 m².
Setor das TMT’s & Utilities mantém-se como maior motor da procura
Segundo a Worx, o setor das TMT’s & Utilities manteve-se como o maior motor da procura, representando 24% da área colocada, seguido do setor das Farmacêuticas e Saúde (15%), cujo incremento da procura foi assinalável.
Neste âmbito, mais de metade das transações registadas dizem respeito a mudanças de instalações, tendo-se verificado uma quebra para metade do número de novas empresas na região de Lisboa. Esta dinâmica deveu-se, em grande medida, às dificuldades sentidas pelas empresas de IT nos processos de recrutamento dada a competitividade do mercado de trabalho.
Em 2023, a conclusão de cinco edifício de escritórios representou um acréscimo de mais de 42.000 metros quadrados do stock em Lisboa, o que traduz um valor muito inferior ao da nova oferta de 130.000 m² concluída em 2022.
Prevê-se a conclusão de 12 projetos em 2024
Para este ano, prevê-se a conclusão de 12 projetos que contabilizam cerca de 150.000 m², sendo que quase 60% desta área se encontra pré-arrendada, refere a consultora.
Tendo em consideração a dimensão dos espaços que se encontram atualmente em negociação, prevê-se uma forte dinâmica no nível de ocupação de escritórios no início do ano, a qual deverá contribuir para um volume total anual na ordem dos 160 mil metros quadrados em 2024, em linha com a média dos últimos 10 anos.