O mercado de escritórios de Lisboa regista uma ocupação de 119.000 m² no acumulado de janeiro a maio deste ano. Este volume de absorção supera já em 6% os 112.500 m² ocupados em todo ao ano passado, o qual se constituiu como dos patamares mínimos da última década, de acordo com relatório mensal Office Flashpoint, divulgado esta terça-feira pela JLL.
«Dados os níveis reduzidos de atividade alcançados em 2023, já era expectável que o mercado tivesse uma trajetória de recuperação este ano. Contudo, atingir em apenas cinco meses um volume de ocupação superior ao do total anual, supera as nossas perspetivas iniciais», começa por comentar Sofia Tavares, Head of Office Leasing da JLL.
De acordo com o Office Flashpoint de maio, os 119.000 m² de ocupação registados em Lisboa nos primeiros cinco meses do ano traduzem um aumento de 242% face aos 35.000 m² ocupados no período homólogo.
No acumulado de 2024 até maio, realizaram-se 72 operações em Lisboa, traduzindo uma área média por transação de 1.650 m², mais 185% do que o indicador de 2023. O Parque das Nações, com uma quota de 41%, foi a localização mais dinâmica, enquanto do lado da procura, se destacam as empresas de Serviços Financeiros, com uma fatia de 40% da ocupação no acumulado do ano.
Mercado do Porto regista sinais de recuperação
O mercado do Porto exibe também uma trajetória de recuperação. Nos primeiros cinco meses de 2024, foram ocupados 27.500 m² de escritórios, mais 36% do que os 20.000 m² registados em igual período de 2023. Até maio concretizaram-se 38 operações no mercado do Porto, com uma área média de 716 m², praticamente o mesmo que em 2023.
Matosinhos, com 38% do take-up, e o CBD-Boavista, com 34%, são as localizações mais dinâmicas em 2024, ao passo que as TMT’s & Utilities se evidenciam como o setor de procura mais ativo, ao garantirem 46% da atividade no acumulado do ano.
Relativamente ao desempenho do mercado no mês de maio, Lisboa somou 21.350 m² de escritórios ocupados, refletindo uma diferença de -10% face a abril. De entre as 16 operações contabilizadas em maio, a maior envolveu uma área de 5.600 m² no Alfrapark, destacando-se ainda a tomada de 3.800 m² pela LeasePlan no Q43-Fernão Magalhães. O Corredor Oeste foi a zona mais ativa do mês, com 56% do take-up, e as TMT’s & Utilities, as empresas mais dinâmicas, com uma quota de 46% da ocupação mensal.
No Porto, a atividade mensal ascendeu a 5.900 m², mais 59% do que no mês anterior. O mercado registou 11 operações em maio, liderado pela ocupação de 1.400 m2 pela Manpower e de 1.100 m2 pela Maleo Services Offices, ambas no Lionesa Business Hub. O CBD Boavista foi a zona mais dinâmica no mês (44% do take-up) e as empresas de Serviços Financeiros os líderes de procura, com 37% da absorção.
Sofia Tavares, Head of Office Leasing da JLL, acrescenta que «a melhoria das perspetivas de crescimento económico, o controlo da inflação e a inversão das subidas dos juros, estão a ter um impacto positivo na confiança das empresas e isso reflete-se na procura de escritórios. Ao mesmo tempo, esta recuperação da procura tem sido acompanhada pela chegada de nova oferta ao mercado, mesmo que em formato de pré-arrendamento. E, assim, é de esperar que os níveis de ocupação continuem a crescer de forma muito saudável face ao ano passado e, mesmo numa visão mais conservadora para a segunda metade do ano, é seguro prevermos atividades alinhadas com a média dos últimos cinco anos, que é em volta dos 175.000 m² para Lisboa e de 55.000 m² para o Porto. Além do mercado português, temos recebido sinais muito positivos em EMEA e sobretudo nos EUA, onde assistimos a um aumento da procura e do número de negócios de grande escala, o que se reflete em mais um excelente indicador para os próximos tempos».