Escritórios em Lisboa e Porto registam forte dinamismo

A mais recente análise da Savills ao mercado de escritórios de Lisboa e Porto.
Fotografia de Burak The Weekender, Pixabay.

Nos primeiros quatro meses do ano, a atividade no mercado de escritórios em Lisboa e no Porto apresentou uma notável dinâmica, revela a mais recente análise da Savills.

No acumulado de 2024, Lisboa alcançou 97.436 m² de volume de absorção, superando em grande escala os 24.838 m² registados no mesmo período de 2023. Foram realizadas 56 operações nos primeiros quatro meses do ano, um aumento de 14% em relação ao ano anterior, com uma área média de 1.740 m² por operação.

A Zona do Parque das Nações destacou-se com a melhor performance, registando 16.919 m² ocupados em abril e 45.589 m² no acumulado de janeiro a abril de 2024. Em abril, o setor de "Outros Serviços" liderou a absorção com 16.429 m². No entanto, e no acumulado, o setor de "Serviços Financeiros" foi o que registou maior dinâmica, com 49.800 m² absorvidos em oito operações.

No final do primeiro trimestre de 2024, o mercado de escritórios de Lisboa contava com um stock total de 4,4 milhões de m² e uma oferta disponível de aproximadamente 445.000 m², com uma taxa de disponibilidade de 10,02%, com o “corredor oeste” a apresentar a maior taxa de disponibilidade – 19,66%.

A Savills destaca ainda que, no que à taxa de disponibilidade concerne, os valores reais praticados nas zonas prime são cerca de metade, uma vez que as restantes não preenchem os atuais requisitos dos ocupantes. A renda prime manteve-se estável nos 28€/m²/mês, posicionando Lisboa como uma das cidades europeias com valor de renda prime mais competitivo.

Até ao final deste ano, espera-se a conclusão de aproximadamente 135.000 m² de novos espaços de escritórios, dos quais 15% já estão destinados a pré-arrendamento e 53% a ocupação própria.

Frederico Leitão de Sousa, Head of Offices da Savills Portugal, afirma que «é extremamente gratificante observar que o mercado ocupacional de escritórios em Lisboa continua a apresentar números bastante positivos, contrariando a tendência observada em muitos outros mercados, como o mais evidente o Americano. A solidez dos fundamentos do nosso mercado sugere que essa resiliência será mantida, o que, sem dúvida, exerce um impacto positivo no mercado de investimento. Este cenário otimista reforça a confiança na estabilidade e no crescimento contínuo do setor imobiliário em Lisboa, nomeadamente no segmento de escritórios».

Porto regista melhor resultado dos últimos cinco anos

No caso do Porto, o mercado de escritórios registou um volume total de absorção de 21.284 m² nos primeiros quatro meses do ano, refletindo um aumento de 82% em relação ao mesmo período de 2023, tornando este o melhor resultado dos últimos cinco anos.

Foram concluídas 27 operações neste período temporal, o que representa um aumento de 42% em relação ao ano anterior, com uma área média de 788 m² por operação. Registaram-se ainda 8 operações com áreas acima dos 1.000 m².

A Zona de Matosinhos apresentou a melhor performance com 7.827 m² de volume de absorção, o que se traduz num aumento de 168% em relação ao período homólogo de 2023, seguida pela Zona CBD Boavista com 6.531 m² e que regista assim um aumento de 135%. O setor de TMT's & Utilities foi o mais dinâmico até abril de 2024, tendo sido responsável por 59% do volume total de absorção.

A renda prime da região norte apresentou uma trajetória ascendente, fechando o primeiro trimestre em 19€/m², o que representa um aumento de 5,5% em comparação com o quarto trimestre de 2023.

Até ao final de 2024, espera-se a conclusão de 44.189 m² distribuídos por 10 projetos, dos quais 35% já estão pré-arrendados e 28% destinados a ocupação própria.

Graça Ribeiro da Cunha, Offices Associate da Savills Portugal | Porto Division, sublinha que «a trajetória positiva que se verifica no volume de absorção no mercado de Escritórios do Porto, comprova o crescente dinamismo deste segmento do setor imobiliário. Por outro lado, o aumento das rendas prime, refletem a colocação de produtos de qualidade no mercado, o que tem sido também notório».