Em 2023, a conclusão de novos espaços de escritórios na Europa caiu 32% em relação ao ano anterior, para 3,3 milhões de m², o nível mais baixo em cinco anos, de acordo com o mais recente relatório da Savills.
Em 2024, a consultora espera um aumento de 30% em termos homólogos para 4,3 milhões de m², seguido de uma queda de 3% em termos homólogos para 4,2 milhões de m² em 2025.
33% dos escritórios com conclusão prevista para 2023 foram adiados
De acordo com a Savills os promotores enfrentaram um aumento significativo dos custos nos últimos anos, o que impactou o seu pipeline. Os custos de construção de escritórios na Europa aumentaram cerca de 50% desde 2019, enquanto que a escassez de mão-de-obra adiou as datas de conclusão dos projetos. 33% dos espaços de escritórios com conclusão prevista para 2023 foram adiados para 2024/25.
Mike Barnes, Associate Director European Research da Savills, afirma que «o volume total de espaços de escritórios em pipeline na Europa caiu 21% em termos homólogos, de 5,7 milhões de m² para 4,5 milhões de m², amortecendo qualquer aumento potencial nas taxas de disponibilidade. Nos últimos dois anos, o pipeline de desenvolvimento em percentagem do stock existente caiu de 3,1% para 2,1%. Uma vez que a procura tem recuperado gradualmente ao longo dos próximos 12 meses, esperamos que a oferta de espaços “Grade A” diminua gradualmente e que as rendas prime continuem a crescer»
Alexandra Portugal Gomes, Head of Research da Savills, sublinha que «os resultados do relatório da Savills vêm confirmar os enormes desafios que os promotores têm enfrentado nos últimos anos para avançarem com os seus projetos. À grande falta de mão de obra vieram juntar-se os aumentos dos custos de construção devido a fatores como a escassez de matérias-primas e o aumento da inflação. De salientar o facto de Lisboa ser uma das cidades da Europa com maior proporção de espaço previsto para ser concluído até ao final de 2025, em percentagem de stock total, o que vem comprovar e sublinhar o grande dinamismo do mercado de escritórios em Portugal».
James Burke, European Capital Markets & Global Cross Border Investment da Savills, aponta que «o arranque de novos projetos caiu significativamente em toda a Europa durante o último ano, o que poderá resultar numa sub oferta de espaços “Grade A” até 2027/2028. Se tudo permanecer igual, pode acontecer que os promotores exijam que a renda dos escritórios prime aumentem em cerca de 10% para que os novos projetos sejam viáveis. No entanto, a nossa análise mostra que, em termos reais, as rendas de escritórios na Europa caíram 10% nos últimos três anos e, portanto, representam uma proporção menor dos custos operacionais totais de uma empresa. Isso pode significar que os inquilinos têm mais espaço para absorver alugueres mais altos».