Segundo a Associação Portuguesa de Resorts, em alguns casos 95% dos trabalhadores aderiram a este regime, até porque a crise está a ter «efeitos inéditos em toda a cadeia de valor do sector do Turismo Residencial. Todas as empresas estão a recorrer massivamente ao lay-off». Segundo a associação, «os serviços comerciais ainda a funcionar tentam manter o contacto e a confiança dos seus clientes, mas as visitas e os novos negócios tendem para zero».
Já quanto aos negócios em curso, «as empresas debatem-se com a impossibilidade de formalizar escrituras. A pressão nas tesourarias já se faz sentir porque as vendas de imobiliário têm um peso de até 80% nas receitas anuais das empresas do ramo. E ainda ninguém sabe quando poderá sequer haver alívio das restrições sociais e económicas».
Por isso mesmo, a APR sugere medidas como a isenção ou diferimento de impostos como IMT e IMI até à retoma da atividade, a eliminação do AIMI, revisão do regime de IVA da construção para 6%, relançamento de instrumentos de competitividade nacional, como os “golden visa” ou o Regime de Residentes Não habituais, e ainda a facilitação de formalização de negócios à distância.
Pedro Fontaínhas, diretor executivo da APR, comenta em comunicado que «as medidas já tomadas pelo Governo são positivas, mas ainda muito insuficientes e em vários casos não inteiramente detalhadas. Está em causa a viabilidade de um setor determinante para a recuperação económica de Portugal. São necessárias mais medidas para a sobrevivência durante a crise, e para a rápida recuperação durante o início da retoma, de dezenas de empresas, de milhares de colaboradores e suas famílias e de muitos milhões de euros de atividade económica e receitas fiscais».
De acordo com a APR, só a vertente imobiliária do turismo residencial representa cerca de 650 milhões de euros e mais de 4.500 trabalhadores permanentes, além de 1.500 temporários. As previsões de perdas atuais são de mais de 70% no final do ano.