A estimativa baseia-se num inquérito feito junto dos associados da APR, com data de 24 de março, e com o pressuposto de que o pico do surto será atingido em meados de abril, e que a situação estará controlada no início de junho, altura em que as restrições ao tráfego aéreo serão levantadas.
No entanto, a APR alerta que «como estamos especialmente dependentes dos nossos mercados emissores, todos em diferentes fases e alguns com situações bem mais complexas, é possível que o regresso a algum tipo de normalidade seja bastante mais demorado e que a realidade seja ainda pior que estas projeções».
Neste momento, as principais prioridades para os associados da APR, diz a associação, «são a manutenção dos postos de trabalho, das estruturas, dos potenciais clientes e dos parceiros de negócio para que uma resposta imediata possa ser dada a qualquer indício de recuperação».
Por outro lado, a APR afirma que «infelizmente, entendemos que as medidas de proteção do emprego e de apoio às empresas anunciadas pelo Governo são claramente insuficientes e carecem em alguns casos de regulação e detalhes específicos». Considera que a realidade deve ser analisada «dia a dia, semana a semana, não em meses ou trimestres: as receitas podem cair 100% de um para o outro. Quem não viesse a ter trabalho deveria receber imediatamente o subsídio de desemprego até que as respetivas empresas estejam em condições de readmitir essas mesmas pessoas», defende a associação.
Por outro lado, considera que as linhas de financiamento especiais são «insuficientes. Aumentar o endividamento de empresas que estão sem receitas, e sem saber quando as terão, pode ter efeitos devastadores e tornar impossível a sua recuperação». Por isso mesmo, «o Estado deve intervir com rapidez e músculo na injeção direta de dinheiro na economia e neste setor em particular. As circunstâncias que vivemos e que antecipamos exigem, por exemplo, a isenção de alguns impostos durante um certo período de tempo».
No comunicado da APR pode também ler-se que «a Associação Portuguesa de Resorts entende ainda ser especialmente importante a continuação da proteção dos instrumentos de competitividade nacional na captação e fixação de investimento estrangeiro, como são os vistos Gold e o regime dos residentes não-habituais».
E conclui que «o turismo e o imobiliário têm estado entre os principais motores da economia portuguesa ao longo dos anos. São indústrias que importa proteger empenhadamente e com realismo pois pode estar em causa a sua capacidade de ajudar eficazmente o país quando se iniciar a retoma».